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56 itens encontrados para ""

  • A legalização da liberdade à morte, uma vez mais, adiada

    Em menos de um ano, o Presidente da República vetou duas vezes a lei da despenalização de morte medicamente assistida, em prol do “sentimento valorativo dominante na sociedade portuguesa”. Marcelo Rebelo de Sousa tinha, novamente, três opções: promulgar, vetar, ou pedir novamente a fiscalização ao Tribunal Constitucional. O Presidente da República tomou depressa a decisão e, no dia 29 de novembro, vetou o diploma. Esta segunda versão para “além de introduzir alterações para fazer face à decisão e à argumentação do Tribunal Constitucional, aproveita para aditar novas normas, que suscitam inesperadas perplexidades”, disse o chefe de Estado. Ao devolver o diploma à Assembleia da República, o Chefe de Estado formulou duas solicitações: "Que clarificasse o que parecem ser contradições no diploma quanto a uma das causas do recurso à morte medicamente assistida. O decreto mantém, numa norma, a exigência de «doença fatal» para a permissão de antecipação da morte, que vinha da primeira versão do diploma. Mas, alarga-a, numa outra norma, a «doença incurável» mesmo se não fatal, e, noutra ainda, a «doença grave». O Presidente da República pede que a Assembleia da República clarifique se é exigível «doença fatal», se só «incurável», se apenas «grave». A deixar de ser exigível a «doença fatal», o Presidente da República pede que a Assembleia da República responda a alteração verificada, em cerca de nove meses, entre a primeira versão do diploma e a versão atual, correspondendo a uma mudança considerável de ponderação dos valores da vida e da livre autodeterminação, no contexto da sociedade portuguesa.” “Seria constitucional, mas sinal de desrespeito, usar os prazos conferidos pela Constituição e decidir já depois de a Assembleia da República se encontrar dissolvida” O Presidente da República acrescentou ainda que não enviou o diploma para o Tribunal Constitucional por existirem “prévias aparentes incongruências de texto a esclarecer”. Na sua explicação do veto ao parlamento, o antigo professor de Direito Constitucional, defende que a sua decisão não tem qualquer abrange “qualquer posição religiosa, ética, moral, filosófica ou política pessoal – que essa seria mais critica”. Esclarece que o seu juízo passa pelo “sentimento valorativo dominante na sociedade portuguesa”. Por fim, a sua rapidez na tomada de decisão deveu-se a “uma questão de respeito institucional”: “Seria constitucional, mas sinal de desrespeito, usar os prazos conferidos pela Constituição e decidir já depois de a Assembleia da República se encontrar dissolvida”, escreveu. A lei da Eutanásia tinha sido aprovada, pela segunda vez, no dia 5 de novembro de 2021, com 138 votos a favor, 84 contras e 5 abstenções, sendo que estavam presentes 227 deputados. Os deputados carregaram no acelerador e entregaram o diploma acompanhado com um novo texto que inclui uma lista de conceitos e respetivas definições. Entre elas: sofrimento, eutanásia, suicídio medicamente assistido, doença grave ou incurável, lesão definitiva de gravidade extrema. Manteve-se a limitação de acesso à eutanásia a cidadãos nacionais ou legalmente residentes em território nacional, com a possibilidade de revogarem, livremente e a qualquer momento, o pedido. Assim como em janeiro, votaram a favor maior parte dos deputados do PS, como o BE, PAN e PEV, o deputado da IL e as duas deputadas não-inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues. Também a favor votaram 13 deputados do PSD, incluindo o presidente do partido Rui Rio e, praticamente, toda a direção. Em oposição, maior parte do PSD votaram contra, como a bancada do PCP e a do CDS, e o deputado do Chega. Sete deputados do PS votaram, uma vez mais, contra. Na abstenção, mantiveram-se os socialistas Nuno Fazenda e João Azevedo e, da bancada social-democrática, Ofélia Ramos. Do PSD Lina Lipes, Adão Silva, que em janeiro tinham votado a favor, optaram por se abster devido ao timing para a votação destas alterações. Comparação do número de votos de janeiro e novembro de 2021 para a aprovação da lei da eutanásia, em Portugal. Em novembro compareceram 227 deputados. O início do "vai e vem" No dia 29 de janeiro de 2021, o Parlamento aprovou a despenalização de morte medicamente assistida. A lei da eutanásia foi aprovada com 136 votos a favor, 78 contra e 4 abstenções. Uma vez aprovado, o diploma seguiu para Marcelo Rebelo de Sousa que o enviou para o Tribunal Constitucional, "considerando que recorre a conceitos excessivamente indeterminados”, lê-se numa nota da Presidência da República. Segundo a Constituição, o Chefe de Estado pode pedir ao Tribunal Constitucional a apreciação e fiscalização preventiva da constitucionalidade de qualquer norma constante de um decreto que lhe tenha sido enviado para promulgação. “O direito à vida não pode transfigurar-se num dever de viver em qualquer circunstância” Dois meses esperançosos caíram no desânimo quando o Tribunal Constitucional, no dia 15 de março de 2021, declarou a lei inconstitucional. Os juízes determinaram o conceito de “lesão definitiva de gravidade extrema”, “extremamente indeterminado”. De acordo com o consenso científico, o termo é impreciso por não permitir “delimitar, com o indispensável rigor, as situações da vida em que pode ser aplicado". Contudo, mantiveram as portas abertas para o Parlamento legislar sobre o assunto: “o direito à vida não pode transfigurar-se num dever de viver em qualquer circunstância”, declarou João Caupers, presidente do Tribunal Constitucional, na leitura pública da decisão. Impuseram que para a questão da eutanásia, as leis teriam de ser “claras, precisas, antecipáveis e controláveis”, acrescentou o Presidente do tribunal. Após esta decisão, o Presidente da República vetou a lei por inconstitucionalidade. Devido à dissolução da Assembleia da República, o assunto agora só poderá ser debatido pela próxima composição parlamentar. Caberá a eles decidir se confirmam a versão aprovada de 5 de novembro. Basta apenas 116 deputados votarem nesse sentido (maioria absoluta), contudo, caso isso não aconteça, voltaremos, pela terceira vez, no espaço de um ano, à estaca zero. Artigo escrito por: Inês Cristina Silva

  • Hélder Nunes: “Com doze anos, dizia que queria jogar no Barcelos, no Porto e no Barcelona”

    Desde criança, Hélder Nunes calça os patins e pega no taco de hóquei praticamente todos os dias. Em entrevista ao jornal Invicto, o jogador de 27 anos reflete sobre o sucesso da sua carreira internacional e frisa a importância do apoio psicológico no desporto de alta competição. Descendente de uma família de jogadores de hóquei profissionais e natural de Barcelos, cidade com forte ligação ao desporto, Hélder Nunes não fugiu à regra e também enveredou por esse caminho. Com uma carreira bastante promissora desde tenra idade (tendo passado pelo clube de Barcelos e de Braga), chega ao Futebol Clube do Porto com apenas 18 anos. Aqui encontrou as condições e oportunidades necessárias para evoluir, chamando a atenção da seleção nacional. A jogar no Barcelona desde 2019, o médio português já marcou 115 golos em 110 jogos. Com um percurso profissional marcado pela qualidade técnica e um pouco de “sorte”, Hélder Nunes, garante o seu lugar na história do hóquei em patins. Jornal Invicto - O facto do seu pai ter sido jogador profissional e da sua família ser adepta de hóquei em patins levou a que tivesse mais interesse na modalidade? Hélder Nunes - Todos os meus amigos jogavam hóquei, todas as pessoas mais velhas que eram amigas da minha família também jogavam ou tinham jogado. É óbvio que cada caminho é diferente, porque uns têm jeito, outros não, quer seja para o hóquei, para o futebol, para tudo. Os pais, no início da nossa vida, são os nossos ídolos e o meu sonho era ser igual ou melhor que o meu pai. Eu sou de Barcelos e lá antes de nos colocarem umas sapatilhas colocavam-nos uns patins, principalmente na altura em que eu nasci. Eu joguei basquetebol, fiz natação, andei no karaté, no ping-pong, no ténis, mas quando chegava a hora de escolher, o hóquei era realmente o desporto que eu optava. Colocava-o à frente de tudo. J.I. - O envolvimento dos pais no desporto que os filhos praticam e os comentários podem influenciar a prestação no jogo? H.N. - Claro, sem dúvida, é como disse, cresci numa terra onde toda a gente percebe de hóquei, ou seja, toda a gente é um bocado treinador de bancada. Eu tive colegas da minha equipa que passavam mal, porque eram os pais que lhes davam a tática e não o treinador, por assim dizer. O pai, normalmente, quer o melhor para o seu filho e não o melhor para a equipa. Realmente, eu tive muita sorte na família em que cresci, também pelo meu pai ter sido jogador profissional. Mas o que é certo é que ele nunca fez essas “figurinhas”, pelo menos que eu tenha visto. Nunca me disse o que fazer dentro de campo, ele sempre soube distinguir as coisas. Sem dúvida que isso mete uma pressão tremenda nos filhos e acho que se for bem gerido pelos pais até pode ser uma maneira de os motivar mais. "Todos nós sonhamos em ser alguém, seja no desporto ou no trabalho que for" O meu pai nunca me disse que eu joguei bem, eu podia ganhar dez-zero, marcar cinco golos, fazer cinco assistências, ninguém passar por mim e “partir” tudo naquele jogo. Ele dizia “jogaste normal, não achei nada especial”. Eu ficava chateado, porque queria sentir que a minha família estava orgulhosa do que eu tinha feito. O meu pai arranjou essa maneira de me motivar. E eu levava com isso ao pequeno-almoço, ao almoço e ao jantar e só queria era que ele me dissesse “jogaste bem”. Todos nós sonhamos em ser alguém, seja no desporto ou no trabalho que for. A maneira como o meu pai e a minha mãe, os meus avós e toda a gente geriu isso foi, na minha opinião, muito bem conseguida e é um exemplo para mim, para um dia mais tarde saber lidar com essa questão, com um filho meu. J.I. - Desde muito novo que revelou ser um prodígio do hóquei em patins. Enquanto criança e adolescente, o sucesso do seu percurso desportivo teve consequências pessoais, nomeadamente relacionado com ansiedade, stress e pressão? H.N. - Eu sentia stress, mas, de uma maneira geral, sempre fui uma pessoa muito tranquila, acho que herdei isso da minha mãe que é brasileira (ri). Eu só não gosto de preocupar as pessoas e é óbvio que por dentro posso estar a ferver, mas essa nunca vai ser a imagem que vou passar para fora, seja em que circunstância for, principalmente no desporto. "Desde muito novo fui focado no que queria para a minha vida e vi o hóquei como o caminho para atingir os meus objetivos" Enquanto criança e adolescente temos que, se calhar, saltar etapas, principalmente pessoas como eu, que sabiam que tinham qualidade e que poderiam fazer daquilo a sua vida. Óbvio que me custava ver os meus colegas da escola a irem para uma festa de anos à sexta-feira ou ao sábado à noite e eu não podia ir, mas abdicava disso, porque o que eu queria era jogar. Nunca senti como um sacrifício. Desde muito novo fui focado no que queria para a minha vida e vi o hóquei como o caminho para atingir os meus objetivos. Eu tenho entrevistas para os jornais de Barcelos com doze anos, em que dizia que queria jogar no Barcelos, no Porto, no Barcelona e que queria ser o melhor. E a realidade é que esse discurso tem-se mantido e tenho conseguido atingir os meus objetivos à minha maneira, ao meu tempo. J.I. - Como é que um jovem atleta concilia os estudos com os treinos e jogos? H.N. - Eu acho que essa é a parte mais fácil. Ninguém gosta de estudar, é como correr. Eu acho que ninguém gosta de correr, as pessoas depois é que se habituam ao sofrimento. Eu sou desportista, tenho que o fazer e custa-me muito (ri). Sem dúvida que a minha maneira de estudar foi sempre um bocado diferente. Como tinha o hóquei, nunca fui aquele aluno que tinha de ter as melhores notas, porque senão não ia ter um bom emprego. Eu tinha explicações e estudava com os meus amigos e com as minhas amigas, que eram as melhores alunas, mas estava mais focado no desporto. Sempre tentei conciliar o estudo com o desporto e, felizmente, o hóquei, é um desporto modesto, como não é o futebol. Com quinze anos já jogava nos seniores. Se calhar, um futebolista com o início de carreira como a minha, eventualmente, deixaria os estudos, porque o futebol é um mundo à parte e permite que dez gerações da tua família vivam sem preocupações económicas. No entanto, há jogadores de futebol que estudam e que têm cursos importantes, por isso, acho que, realmente, tem a ver com a mentalidade. Se não for a correta, os estudos vão passar para segundo plano. A minha família foi a primeira a pôr-me em explicações, a dizer “olha que só vais treinar se fizeres os trabalhos de casa”. Eu vivia a vinte metros do pavilhão, e o que queria era jogar hóquei. Eu acabava de estudar, calçava os patins e ia para lá e, se fosse preciso, ficava com os patins das seis da tarde às onze da noite. Toda a envolvência familiar que eu tive foi perfeita para me fazer crescer da maneira que devia. Agora se viesse de uma família pobre e aos quinze anos me aparecessem contratos de quinhentos mil euros, se calhar, os estudos iam acabar por desaparecer, pela necessidade financeira. Há dois lados, há quem diga que é quase impossível e quem diga que se faz perfeitamente. Eu fui um dos que consegui fazer perfeitamente até chegar aos dezoito anos. Nessa altura fui para o Porto, estive na faculdade dois anos e só fiz uma cadeira, porque tive de faltar a todos os exames, que eram à sexta-feira, para treinar para a Liga dos Campeões e nessa altura o hóquei já era o meu trabalho, não era só um hobby. J.I. - Aos 18 anos foi jogar para o FC Porto e também foi chamado para a seleção nacional. O facto de ser um clube mais relevante e de ser a seleção provocava mais receio do que entusiasmo? H.N. - Não, sentia mais entusiasmo do que nervosismo, até porque sempre quis aquilo. Sempre me mentalizei que se treinasse bem, nos momentos mais difíceis, as coisas acabariam por correr bem e caso começassem a correr mal, significava que tinha de me concentrar um pouco mais ou deixar de pensar nos erros e realmente focar-me no que interessava. Eu cresci muito rápido, com 15 anos fiz seis ou sete jogos pela equipa de seniores do Barcelos e depois fui para Braga. No Braga joguei com um guarda-redes que tinha jogado com o meu pai, tinha quarenta e tal anos na altura. E eu com 16 anos jogava com o meu padrasto, que tinha trinta, e com os amigos dele que estavam no Braga. Ou seja, sempre fui “criado” em balneários de gente mais velha e isso fez com que a minha mentalidade se fosse adaptando. Tentei não saltar as etapas todas e tive sorte de os clubes me permitirem fazer isso e perceberem o meu ponto de vista. Quando jogava nos seniores do Braga não deixava de jogar com os juvenis e aos juniores - até porque nos seniores era difícil e, quando ia aos juvenis e aos juniores, ganhava confiança. Depois chego ao Porto com 18 anos e a pessoa mais nova a seguir a mim tinha 27. Se me queria dar bem naquele ambiente, tinha de crescer, tinha de aprender a lidar com egos muito grandes, com pessoas que, se calhar, trabalhavam muito e não conseguiam, ou pessoas que trabalhavam pouco e achavam que mereciam mais. Várias situações que nas camadas jovens não se está habituado. Acho que isso foi um bocado o que me levou a ser a pessoa que sou hoje. “Tenho que ficar um monstro, porque se nos treinos eu não ganho uma bola na tabela, nos jogos, não vão bater no Reinaldo Ventura, nem no Barreiros, mas sim no miúdo” J.I. - Quais foram as principais dificuldades que sentiu ao jogar numa equipa tão grande? H.N. - Eu estava habituado a jogar muito tempo e, no Porto, como é que eu ia, no meio daqueles monstros, ter o meu espaço? Então, durante três meses, deixei um bocado a técnica de parte para me concentrar no ginásio. Eu dizia: “tenho que ficar um monstro, porque se nos treinos eu não ganho uma bola na tabela, nos jogos, não vão bater no Reinaldo Ventura, nem no Barreiros, mas sim no miúdo”. Quando fui para o Porto, o Caio levou oito meses de suspensão por não responder ao questionário de doping. Portanto, eu entrei numa equipa em que ia ser o oitavo jogador com poucos minutos em campo, para passar a ser o sétimo. Passado um mês, o Reinaldo Ventura lesionou-se no cotovelo, num jogo da Liga dos Campeões contra o Barcelona, e passei a ser o sexto jogador. Fui conseguindo agarrar as oportunidades que me davam, também pela qualidade que tinha, mas muito pelo facto de ser novo e as pessoas não me conhecerem. Porque a realidade é que se agora um miúdo de dezoito anos vier jogar contra mim - não é falta de respeito -, mas eu penso “eu tenho vinte e sete anos, eu sou melhor que tu”. A verdade é que eu não o conheço de lado nenhum e ele sabe tudo o que eu faço. Está mais preparado para me defender, do que eu a ele. Em momentos cruciais de jogos com Benfica, com Barcelona, e em jogos importantes acabava por me sobressair, marcava pontos decisivos e as pessoas começavam a falar. J.I. - No FC Porto foi capitão de equipa. Sentiu um peso acrescido, em termos de responsabilidade, para com a equipa? H.N. - Não, porque quando decidiram pôr-me como capitão, eu juntei toda a gente e decidimos aquilo no meio da pista. A minha maneira de trabalhar e de viver o hóquei nunca foi “façam isto, porque eu acho que é assim e acabou”. Foi sempre dar o exemplo: quem quer, segue, quem não quer, não segue. Eu era mais um a ajudar, apenas levava a braçadeira no braço. Se houvesse algum problema, era eu quem falava com a direção, mas continuava a ser o mesmo Hélder. Se eles quisessem transmitir diretamente também o poderiam fazer. Eu não levava a mal. Se quisessem que fosse com eles, eu ia sem problema nenhum. Acho que é para isso que serve um capitão, para se atravessar um bocado pela equipa, mesmo que isso o prejudique um pouco. Mas também é para isso que é escolhido, pelo caráter, dentro e fora de campo. Se tivesse que definir uma palavra para a minha carreira seria sorte, porque entre decisões e balneários desportivos espetaculares, pude crescer. A pessoa que sou hoje deve-se ao desporto que amo. "Às vezes, ser melhor não chega, por isso, a inteligência tem de estar em todos os lances e momentos do jogo" J.I. - E para com os adeptos, sentiu alguma responsabilidade acrescida? H.N. - Por exemplo, sempre me incutiram aquilo de “ser Porto”, ou seja, aquela garra e ódio ao Benfica. Às vezes, é necessário ser arrogante em momentos de jogo, para puxar pelos adeptos quando estão mais mortos, mesmo que isso implique levar um cartão azul. Contudo, há clubes que não vivem bem com isso. O Barcelona é um deles, querem ser o clube exemplar, mas o desporto não é assim. Às vezes, ser melhor não chega, por isso, a inteligência tem de estar em todos os lances e momentos do jogo. Eu já era portista ferrenho, vivia aquilo de fora, por isso dá para imaginar como é que foi quando consegui ir para lá jogar. O meu pai é benfiquista, ele só foi ao Dragão ver-me jogar, passado uns dois anos de eu ir para o Porto. Dá para perceber o ambiente de picardia em casa (ri). J.I. - A psicologia e a saúde mental no desporto ainda não tem, em Portugal, o peso que deveria. Qual considera ser o caminho a percorrer para melhorar esta lacuna? H.N. - Este é um tema que anda muito na boca do mundo. Eu no Porto tinha psicólogo 24 horas. Também tínhamos um coach, com quem trabalhávamos mensalmente. No Barcelona tenho um psicólogo para qualquer eventualidade, seja algo que os treinadores não gostem ou que nós não gostemos. Temos total à vontade para falar. O que eu sei de experiência própria é que o coach deu-me muito jeito na altura do Porto, por várias situações que a equipa passou, desde perder finais da Ligas dos Campeões - eu perdi quatro finais no Porto - a picardias entre jogadores. O coach sempre nos fez ver que o trabalho que fazíamos com ele era uma forma de crescimento. Ele falava connosco, coletivamente, fazendo-nos dizer as coisas na cara uns dos outros, sendo que às vezes dava faísca. Também trabalhava connosco de maneira individual, ligava-nos durante a semana, por exemplo. Tive colegas que falavam diariamente com ele porque precisavam. Com o psicólogo do Porto falei algumas vezes, às vezes gostava, outras vezes não. Então, não era uma pessoa a quem recorria frequentemente. Já o coach, sim. Sem dúvida que a experiência que tive com ele valeu muito a pena, porque ainda hoje uso certas técnicas que ele me deu para os momentos em que preciso. J.I. - Um atleta de alta competição treina diariamente para a vitória, no entanto, esse nem sempre é o resultado final. Que estratégias arranjou para conseguir superar os sentimentos de frustração e desânimo que sente quando os objetivos não são alcançados? H.N. - Por exemplo, quando ia jogar à Luz sentia que as coisas não me saíam bem. Cada vez que falhava um passo ficava chateado, cada vez que um colega meu falhava eu tentava puxar por ele e esquecia-me de marcar o meu jogador. O coach achava que era o vermelho que me fazia confusão, então, sugeriu que eu começasse a vestir vermelho na semana do jogo. As pessoas perguntavam-me porque é que eu estava de vermelho nessa semana e eu respondia que era a roupa que tinha em casa ou que tinha sido a minha mulher a escolher (ri). Na verdade, eu estava a trabalhar para mim. É como ter outro qualquer tique desportivo antes de ir marcar um penálti, como ajeitar as luvas ou as joelheiras. Cada um tem os seus tiques e quando o coach me disse aquilo eu levei um bocado para a piada, mas a realidade é que resultou. Agora que estou no Barcelona, a nossa “guerra” é com o Liceo da Coruña. O equipamento da equipa é verde, por isso, sempre que vou jogar contra eles ando três vezes de verde nessa semana. Fico mais tranquilo e as coisas fluem. J.I. - Quando é que o desporto se torna inimigo do atleta? H.N. - O desporto torna-se nosso inimigo quando ficamos egoístas. Imagina, se eu perder um jogo, não faz sentido vir para casa e não falar com a minha mulher ou não brincar com a minha filha por estar chateado. Claro que é o meu trabalho e que me pagam para ser melhor, mas nós não somos robôs. Quando acabar a minha carreira, eu sei que as primeiras pessoas que vão lá estar, vai ser a minha família, que são as pessoas mais importantes da minha vida. Por isso, o desporto torna-se inimigo quando a ligação familiar se vai perdendo consoante os resultados desportivos. Uma das coisas que gosto no Barcelona é que somos o melhor clube do mundo e os adeptos e a direção não nos exigem que ganhemos sempre, só pedem respeito pelo trabalho. É óbvio que, se jogarmos com a máxima qualidade, os resultados vão ser mais vezes positivos do que negativos. Como desportista dou a minha vida pela equipa e pelo desporto que faço, portanto, tenho a mentalidade que vou trabalhar durante a semana a duzentos por hora, para chegar ao fim de semana e também estar a duzentos. Se não ganhar, na próxima vez, trabalho a quatrocentos para enfrentar aquela equipa e não lhe dar oportunidade de ganhar. J.I. - Sente que há espaço, dentro dos clubes desportivos, para se falar sobre o assunto? H.N. - O Braga e Barcelos não tinham o profissionalismo do Porto e do Barcelona. No Porto, com o psicólogo era tudo muito individual, era eu quem o ia procurar. Era só um psicólogo para todas as modalidades. O coach nas reuniões coletivas incluía o staff e os diretores mais próximos, o nosso presidente do hóquei, vinha o treinador, vinha o treinador adjunto, os enfermeiros, os médicos, ou seja, toda a gente. Foram os diretores e os treinadores que nos apresentaram o trabalho do coach e nós aceitamos porque era para nos ajudar, dentro e fora da pista. "Ambos os clubes, felizmente, preocupam-se com a nossa saúde mental, para além de se preocuparem com a nossa saúde física" No Barcelona é um trabalho diferente. Este ano, a psicóloga está mais perto de nós, procura falar mais individualmente connosco. Está sempre nos treinos a escrever o nosso comportamento, para avaliar como é que estamos. Dá-nos objetivos, trabalhos de casa por causa da postura, da maneira de estar e se tiver que criticar, critica. A psicóloga que tínhamos no ano passado era mais para o staff, ela perguntava ao treinador que tipo de treino íamos fazer e o porquê. Eventualmente, quando alguém se lesionava ou caso ela visse que alguém não estava bem, puxava-nos à parte e tinha uma reunião connosco. Havia pessoas que se abriam e outras que não. Quando falo com a psicóloga sobre algum tema, às vezes ela sugere que eu fale sobre isso no balneário e, se eu achar correto, puxo o tema lá. Outras vezes nem preciso de ir falar com ela, já vou direto ao balneário e consoante o que eles me dizem, vejo se estamos a pensar igual ou se não tem nada a ver e preciso mesmo de falar com a psicóloga. No Porto e no Barcelona, este acompanhamento especializado é nos facultado pelo próprio clube, ou seja, não temos que pagar. Ambos os clubes, felizmente, preocupam-se com a nossa saúde mental, para além de se preocuparem com a nossa saúde física. Entrevista por: Inês Cristina Silva e João Múrias

  • Deixem o Porto em paz

    Como estava a dizer, isto de colocarem atores de outras cidades a fazer o sotaque do Porto não dá com nada. O nosso "poum" é elegante, já o vosso, quando nos tentam imitar, vê-se claramente que é do dia anterior. Escabeche. Sempre tive o sonho de começar uma crónica com esta palavra. Porquê? Não sei. Mas se a minha tia pode almejar ir à Roda da Sorte, eu também tenho todo o direito a seguir os meus instintos. Isso e é uma palavra que me conforta. Escabeche. Posto isto, queria lançar uma questão. - Lança. – dizem vocês, em uníssono. Assim sendo, eu lanço mesmo. Quem é que diz carago? Não é? Eu, pessoalmente, e assumindo que o que me dizem é verdade, nasci e fui criado na cidade do Porto. Posso até dizer que 99% dos meus amigos partilham da mesma condição. Inclusive o Paulo, que diz encarnado em vez de vermelho. Mas sabem o mais engraçado? É que nunca nenhum deles disse carago. Pode ser um defeito auditivo meu, admito. Sempre que entra o outono, vejo-me à rasca com as otites. Se calhar o "carago" também é sazonal e eu é que ando fora dela. No entanto, lá está, nunca ouvi. Pelo contrário, costumo ouvir uma palavrinha que rima com uma certa planta perene cujo bolbo, composto por folhas escamiformes, é comestível e usado tanto como tempero como para fins medicinais. Segundo o pequeno Saúl, é até algo que, geralmente, o bacalhau quer. Quem realmente é do Porto, entende onde eu quero chegar. Nada contra quem é de lá de baixo, mas convençam-se que nós, de facto, não comemos tripas o ano todo. Nem francesinhas. Quer dizer, no meu caso, o segundo exemplo nem é assim tão bom. Sabe-me sempre bem, antes da sopa. Tipo entrada. No entanto, de um modo geral, não funciona assim. Para além disso, não podia deixar de mandar uma alfinetada às telenovelas, no geral. - Jura, também vês a Última Mulher? Não, mas vi a Gabriela. Mais do que uma vez. Feito este parêntesis, se calhar voltava ao busílis da questão, não é? - É. Pois. Como estava a dizer, isto de colocarem atores de outras cidades a fazer o sotaque do Porto não dá com nada. O nosso "poum" é elegante, já o vosso, quando nos tentam imitar, vê-se claramente que é do dia anterior. Atenção! Eu gosto muito do vosso pão, principalmente o do Alentejo. Assim todo rústico. Era só ter um bigode consistente, um palito e um chouriço e estava pronto para apresentar o Telerural, mas nunca estarão à altura de um "poum". Bistas vem as coisas, adoro ser do Porto. É muito giro. As pessoas são muito simpáticas. Muito acolhedoras. As paisagens são bonitas. Temos o Emplastro. Posso até dizer que quando estou no Porto, sinto-me em casa. Menos se forem seis e meia e estiver de carro nos Aliados. Nesse caso, salve-se quem puder. Artigo escrito por: Luís Guedes

  • Vitória de esperança e amargura para o PSD

    No horizonte de Rui Rio encontramos a esperança (e crença) de uma mudança da política portuguesa nas próximas eleições legislativas, a final de janeiro. Contudo, dentro do próprio partido encontra dirigentes políticos insatisfeitos. Rui Rio foi de novo a aposta para a presidência do partido social-democrata. Nas eleições diretas do PSD, o presidente foi reeleito para o terceiro mandato. Apesar do favoritismo dos media para o seu opositor, Paulo Rangel, o mesmo só conseguiu obter 48% dos votos, em oposição aos 52% de Rui Rio. O PSD avança assim para as próximas eleições legislativas a cargo de Rui Rio, que aparenta ser a melhor oportunidade para derrotar António Costa. A confiança vem do próprio presidente, que assegurou em frente a todos os militantes que iria ganhar a 30 de janeiro. “Temos um grande desafio pela frente que é ganhar as eleições legislativas (...) para mudar de governação”, afirmou. Os distritos que favoreceram o atual presidente foram Aveiro, Braga, Bragança, Faro, Leiria, Porto, Santarém, Viana do Castelo, Viseu, Évora, Açores e Madeira. No que toca ao seu opositor, Rangel tinha conseguido vencer em Beja, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Lisboa Área Metropolitana, Lisboa Área Oriental, Portalegre, Setúbal, Vila Real, Europa e Fora da Europa. “Encaro esta vitória como todas as outras com sentido de responsabilidade e o apoio que me dão hoje é uma alegria, mas amanhã é uma responsabilidade que eu tenho comigo”, afirmou. A responsabilidade do social-democrata passa por “construir um Portugal melhor”, o que significa reconhecer a necessidade de haver uma mudança no panorama político português. Fala de um governo que carece de rigor, mas está repleto de “facilitismo”. “É o rigor que nós temos de imprimir na governação que nos pode levar a um país mais desenvolvido”, defendendo a importância de afastar o nosso país da “cauda da Europa”. Enumerou diversas problemáticas a serem resolvidas, focando na urgência em produzir mais riqueza de modo a reduzir o endividamento. Reforça que o governo deve modernizar os serviços públicos, realçando a adversidade que se tem vindo agravar no Serviço Nacional de Saúde. “A degradação que tem tido o Serviço Nacional de Saúde tem de ser invertida e nós temos de ter um governo capaz de dar aos portugueses a segurança que eles precisam na sua saúde”. Sublinha que existe um abuso da carga fiscal, frisando uma única dualidade possível: “o país ou paga menos impostos ou tem melhores serviços”. Também a regionalização teve lugar no discurso do antigo presidente da cidade invicta, realçando a necessidade “de um país mais descentralizado, mas para fazer um país mais desconcentrado, temos de conseguir na Assembleia da República os votos necessários para o fazer.” Rio cortou mas ganhou “Purga“, “perseguição” e “falta de cultura democrática”, foi assim descrita a atitude de Rui Rio quanto à formação das listas. O Conselho Nacional do PSD, em Évora, foi marcado por uma forte controvérsia, devido à alegada exclusão da maioria dos apoiantes de Rangel. Dentro portas, os apoiantes do mesmo deixaram claro que não queriam boicotar o processo eleitoral e as listas foram aprovadas com 67 votos a favor, 21 contra e 6 abstenções. Foi uma vitória importante para o atual presidente do PSD. Apesar das controvérsias, descreveu este Conselho Nacional como “mais pacífico do que o normal”, com intervenções que “foram quase todas de pessoas que não estavam na lista”, lê-se no Observador. No que toca às listas, João Moura - presidente distrital de Santarém - é o único nome que permanece a bordo do Expresso Rio. Nomes de dirigentes distritais como Cristóvão Norte (Faro), Pedro Alves (Viseu), Alberto Machado (Porto), Carlos Peixoto (Guarda) ou Paulo Leitão (Coimbra), foram riscados pelo presidente do partido ou mesmo colocados em lugares não elegíveis. Já no que toca aos líderes de concelho, Cancela Moura (Gaia) e Alberto Fonseca (Trofa) também foram excluídos. Fora do anel de líderes, nomes como Duarte Marques e André Neves foram castigados. João Moura afirma ter recebido indicações para não incluir Duarte Marques na indicação das listas, embora o mesmo tenha sido indicado para concelhias. O antigo candidato à liderança da JSD de Aveiro, André Neves, estava indicado para distrital, mas não assegurou o lugar. “Meu caro Rui, desta vez, foste longe demais" Desde do início que o líder social-democrata foi alvo de críticas quanto à sua posição na formação das listas. Numa auto-avaliação, garante que não realizou nenhuma “limpeza étnica”, como se havia referido no início da discussão, afirmando que existem “diversas etnias presentes nas listas”, que formam uma composição “multicultural", lê-se no Observador. Apesar do procedimento eleito para formação das listas ter sido considerado um “saneamento político”, Rio quis deixar claro que o uso de lealdade como escudo não foi usado contra quem apoiou Rangel, mas o que avaliou foi o “comportamento ao longo do tempo". Além disso, reconhece que incluiu dirigentes políticos que nem sempre estiveram a seu lado, uma vez que “unidade não é unanimidade". “Há casos de pessoas que não estiveram comigo agora e até que nunca estiveram. Não vou apontar casos, mas procurem, que encontram”. Paulo Rangel demonstrou-se desde cedo muito crítico da atitude de Rio quanto à formação das listas. Inclusive, o eurodeputado acusou o atual presidente do PSD de se mostrar disponível para um compromisso com o país, mas não com o próprio partido. Anteriormente, numa entrevista à CNN, Rui Rio havia afirmado que iria dar prioridade a quem lhe tivesse sido sempre fiel. Rangel contestou o discurso, afirmando que “não estamos num exercício de moral, mas num exercício político”. “Praticamente não vejo quase ninguém que me tenha apoiado nas listas“, refere ainda. Denunciou a atitude de Rio na relação com o partido social, afirmando que “estende as mãos e os braços ao PS e depois internamente não tem esse espírito de compromisso“. “Meu caro Rui, desta vez, foste longe demais", começou Pedro Pinto, o ex-líder distrital da capital, relembrando o líder social-democrata que é ele o responsável pelo crescimento de partidos como o Chega e o Iniciativa Liberal. Os dirigentes políticos excluídos realizaram uma forte crítica ao papel de Rio na construção das listas, sendo que o líder distrital do Algarve considerou as mesmas como um “diktat” que não possui tradição dentro do partido. Cristóvão Norte dirigiu-se ao presidente do PSD, com um pedido: “Se ganhar as eleições, não faça um Governo assim“, lê-se no Observador. Também Pedro Esteves, diretor de campanha de Rangel, deixou umas palavras na rede social Twitter, que expressam o seu descontentamento. "Nos partidos custa-se mais a conviver com os que deles fazem parte do que a agir contra os que a eles se opõem". Escrito há mais de 350 anos por Jean Retz e tão actual no PPD/PSD”, escreveu. Rui Rio reconhece que sabia que iria existir uma liga de “pessoas descontentes” com as listas para a Assembleia de República, mas o mesmo não considera que existam confrontos dentro do próprio partido, apesar de o mesmo ter virado “as listas de cima para baixo”, como acusou Cristóvão Norte. O que se passou no Congresso? O Congresso do PSD, que se realizou em Santa Maria da Feira, delineou Pinto Luz como o adversário interno de Rui Rio, que obteve o segundo lugar ao concorrer para Conselho Nacional. Concorreram onze listas, sendo que a lista do presidente social-democrata, encabeçada por Pedro Roseta, saiu como vencedora com 187 votos. Na eleição para Tribunal, a posição continua a ser assegurada Paulo Colaço. Foi no nome Nuno Morais Santos que Rui confiou, mas o mesmo acabou por perder com 390 votos face aos 442 de Colaço. Já na Mesa de Congresso, a vitória foi de Paulo Mota Pinto. É possível afirmar que o líder social-democrata manteve a estrutura a seu favor. Apesar da Comissão Política Nacional (CPN) ter sofrido algumas alterações - os vice-presidentes Isabel Meirelles e Morais Sarmento retiram-se, e entram Ana Paula Martins e João Pais de Moura -, a CPN encabeçada por Rio foi aprovada por 67,6% dos congressistas. No discurso de encerramento, o presidente do partido fala em querer “cumprir Portugal” “Encaro como fundamental para o futuro de Portugal o diálogo político”, proclamou. “Inventar diferenças para lá das que existem é inútil para quem coloca os interesses do país à frente dos do seu próprio partido”. Também esteve presente Paulo Rangel, que confessou ao jornal Observador, ter“uma missão muito especial de contribuir para a unidade” do PSD. O eurodeputado tomou a decisão de não integrar nenhuma lista adversária à de Rio, uma vez que acredita que esta atitude terá um peso “simbólico” e dará um “sinal muito claro” de que o partido está concentrado “no grande objetivo que é ganhar as eleições de 2022", revelou ainda. Parte assim Rui Rio para as eleições legislativas com uma certa confiança de mudança no panorama político português. Quando questionado sobre uma possível coligação com o CDS, o líder do partido revela que a comissão política “considera mais vantajoso para o PSD, nestas eleições em concreto, ir sozinho, porque consegue melhores resultados”. No entanto, fica à espera que o CDS consiga uma bom resultado Artigo escrito por: Mafalda Barbosa

  • Christine Sinclair, o nome que nos escapou

    Tem 300 participações internacionais, mas mesmo assim não lhe conhecemos o nome. Possivelmente, uma condição inerente no futebol feminino. Christine Sinclair é goleadora máxima internacional por excelência. O nome que escapa da mente, mas não da história, que percorre ao lado de Ronaldo e Ali Daei. Quando pesquisamos quais os jogadores com mais golos a nível internacional, destacam-se desde logo dois nomes. Em primeiro lugar, Cristiano Ronaldo com 115 golos, distribuídos pelos 182 jogos que participou pela seleção. Talvez, para nós portugueses, a resposta fosse mais óbvia, sendo que o prodígio madeirense ultrapassou o antigo detentor do recorde com mais de 100 golos, o iraniano Ali Daei. No entanto, em cada clique um erro. É o nome Christine Sinclair que deveríamos recordar como a jogadora com mais internacionalizações de sempre pelo seu país. A canadiana, atualmente com 38 anos, segura subtilmente o recorde com 188 golos, ganho a janeiro de 2020. Sem muitas surpresas, é considerada a melhor jogadora canadiana de sempre. Foi com apenas 16 anos que se estreou na equipa principal da seleção do Canadá e desde de então tem criado um perfil vasto no panorama do futebol feminino e, significativamente, no internacional. Foi no Mundial feminino de juniores de 2002 que Christine deixou a nação a seus pés. Os 10 golos que marcou durante o campeonato, que contavam com 5 apenas contra a Inglaterra, garantiram-lhe o título de MVP – Most Valuable Player – e melhor marcadora. Um ano depois volta a pertencer ao alinhamento para o campeonato Mundial, mas desta vez juntava-se à equipa principal, em alguns jogos como capitã. Ao mesmo tempo, garantiu que o lugar da bola de futebol era na baliza adversária, tendo marcado em todos os jogos em que participou. Conseguiu, ainda, passar a fazer parte da dupla de jogadoras a marcar em cinco mundiais. Atualmente, é também participante assídua dos Jogos Olímpicos, somando já quatro olimpíadas. Em 2012, na capital inglesa, assegurou o primeiro bronze e depois, 4 anos mais tarde, no Rio de Janeiro, conseguiu alcançar a mesma posição, vencendo até a equipa brasileira. Contudo, é necessário destacar a sua performance nos Jogos de Tóquio, realizados no ano passado, que lhe garantiram a medalha de ouro. A atual equipa da goleadora-mor é Portland Thorns FC, da principal divisão dos EUA, onde já se glorificou vencedora por quatro vezes. A singularidade do seu percurso - que conta com 300 participações internacionais – sustentou uma carreira que lhe deu o título de Futebolista do Ano do Canadá por 14 vezes. É possível afirmar que serviu de trampolim para uma visão distinta sobre o futebol feminino. “Ao participar na minha primeira taça do Mundo, as pessoas não se importavam que tivéssemos terminado em 4.º, não só no Canadá. É bom ver que o apoio dentro do Canadá mudou, mas penso que, mais importante, em todo o mundo. Obviamente, ainda há muito trabalho a fazer, mas ter feito parte da evolução do jogo e do crescimento do jogo tem sido uma grande viagem”, revelou Christine em entrevista com Canada Soccer TV. Curiosamente, é o futebol feminino que detém 17 jogadoras com 100 ou mais golos internacionais, em comparação com o futebol masculino, que possui apenas dois. Apesar do panorama fora de campo não causar a mesma histeria, dentro das quatro linhas as mulheres continuam a fazer história e a elevar a modalidade a desporto-rainha. “Para mim não tem nada a ver com o recorde, mas sim ajudar jovens meninas a perseguir o sonho de jogar profissionalmente ou representar o seu país a ganhar medalhas olímpicas. Não ser pensado ou visto como estranho, uma vez que os jovens rapazes podem fazer isso e são encorajados a fazê-lo”, acrescentou. Artigo escrito por: Mafalda Barbosa

  • GRAMMYs 2022: Nomeados, expectativas e problemas

    A entrega de prémios musicais mais expectada do ano traz consigo novidades e mudanças, causada pelos artistas mais atentos no panorama musical. A 64.º edição dos Grammy que deveria realizar-se a 31 de janeiro, em Los Angeles, foi adiada por tempo indeterminado. A 64.ª edição dos Prémios Grammy foi anunciada e trouxe consigo novidades. Quando olhamos para a lista de nomeados, vemos nomes conhecidos como Justin Bieber, Doja Cat e H.E.R. com 8 nomeações ou artistas como Billie Eilish, Olivia Rodrigo com 7 nomeações. Nesta edição, vira-se o disco, mas nem sempre toca o mesmo. A prova é o nome com mais nomeações da noite: Jon Batiste. Reina numa série de estilos musicais (Clássica, Jazz, R&B) bem como se acomoda nas categorias mais importantes. Contamos ainda com o regresso dos ABBA. As previsões nos media e nas redes sociais apontam, no entanto, que Olivia Rodrigo será a artista mais favorecida da noite. Considerando as últimas vencedoras – Billie Eilish e Taylor Swift - do prémio mais antecipado da cerimónia - Álbum do Ano (ADA) - bem como o favoritismo que a nova artista tem alcançado globalmente, está em cima da mesa uma vitória doce para a mais recente pop-star do mundo da música, com o seu álbum estreia SOUR. Contudo, quando avaliamos a categoria de Música do Ano, a presença de nomes como Justin Bieber com Peaches , Doja Cat e SZA com Kiss Me More, a revolução musical de Billie Eilish com Happier Than Ever ou o caos que trouxe Lil Nas X com Montero, faz com que se desafinem as notas na pauta da certeza. Em comparação com 2019, a maioria dos artista parece ter evoluído para uma fase de amadurecimento, concebendo músicas mais pessoais e sinceras. Já em Record do Ano, a falta de WAP, de Cardi B e Megan The Stallion, faz-se sentir e junta-se a surpresa da nomeação do ABBA. Leave The Door Open, de Silk Sonic com Bruno Mars e Anderson .Paak é uma das escolhas mais favorecidas. As especulações crescem também na nomeação do Melhor Novo Artista. Apesar de Olivia Rodrigo parecer, mais uma vez, a escolha óbvia, vê-se uma crença em The Kid Laroi - que cresceu bastante no panorama musical, especialmente após o lançamento de Stay, com Justin Bieber - ou Finneas, que conta já com uma prateleira cheia, devido à produção de músicas da irmã, Billie. Arlo Parks também é uma artista a considerar, embora de nome mais pequeno. Será a primeira cerimónia que conta com mudanças na avaliação da categoria de Álbum do Ano e outras categorias como música EDM/Eletrónica, clássica e música de filmes e media visual. No final de abril do ano passado, o órgão diretivo dos Grammy (Recording Academy) decidiu eliminar a comité de peritos anónimos para ajudar na decisão dos vencedores de algumas categorias. Além disso, no ADA todos os participantes que ajudam na construção do álbum (compositores, produtores, engenheiros de som) serão sempre devidamente creditados, não precisando de ter pelo menos "33% ou mais de tempo que participam", como ditava antes. Esta nova regra, que nos faz regressar no tempo, foi impulsionada pelo artista The Weekend, que ameaçou fazer um boicote à mais aclamada entrega de prémios no mundo da música. Como tal, o mesmo não entregou nenhum dos seus projetos, que poderiam ter sido nomeados. O mesmo acontece com as músicas em que participava. Em solidariedade, Save Your Tears, da autoria de Ariana Grande, e You Right, de Doja Cat também não estão presentes na categoria de Melhor Performance Pop Duo/Grupo Já outros artistas como Frank Ocean, Jay-Z, Drake, Kanye West eTyler The Creator tinham acusado a academia de prejudicar artistas negros no que concerne à presença dos mesmos nas mais importantes categorias ou uma errada posição categórica devido à cor de pele. Mais recentemente, Drake acusou a Academia de classificar uma das suas músicas na categoria de Rap unicamente porque “fazia rap no passado e por ser negro”, comentou numa entrevista com o DJ Semtex. Foram ainda acrescentadas duas novas categorias - Melhor Álbum Música Urbana e Melhor Performance Global - e alterou-se o nome da categoria, antes conhecida por Melhor Record de Dança, para Melhor Record de Dança/Eletrónica. A cerimónia estava planeada acontecer a 31 de janeiro de 2022, em Los Angeles, mas foi adiada por tempo indeterminado, devido à nova variante da covid-19. Pode ver a lista de nomeados aqui: Record do Ano “I Still Have Faith in You,” ABBA “Freedom,” Jon Batiste “I Get a Kick Out of You,” Tony Bennett and Lady Gaga “Peaches,” Justin Bieber com Daniel Caesar e Giveon “Right on Time,” Brandi Carlile “Kiss Me More,” Doja Cat com SZA “Happier Than Ever,” Billie Eilish “Montero (Call Me by Your Name),” Lil Nas X “Drivers License,” Olivia Rodrigo “Leave the Door Open,” Silk Sonic Álbum do Ano “We Are,” Jon Batiste “Love for Sale,” Tony Bennett and Lady Gaga “Justice (Triple Chucks Deluxe),” Justin Bieber “Planet Her (Deluxe),” Doja Cat “Happier Than Ever,” Billie Eilish “Back of My Mind,” H.E.R. “Montero,” Lil Nas X “Sour,” Olivia Rodrigo “Evermore,” Taylor Swift “Donda,” Kanye West Música do Ano “Bad Habits,” Fred Gibson, Johnny McDaid and Ed Sheeran, compositores (Ed Sheeran) “A Beautiful Noise,” Ruby Amanfu, Brandi Carlile, Brandy Clark, Alicia Keys, Hillary Lindsey, Lori McKenna, Linda Perry and Hailey Whitters, compositores (Alicia Keys and Brandi Carlile) “Drivers License,” Daniel Nigro and Olivia Rodrigo, compositores (Olivia Rodrigo) “Fight for You,” Dernst Emile Ii, H.E.R. and Tiara Thomas, compositores (H.E.R.) “Happier Than Ever,” Billie Eilish O’Connell and Finneas O’Connell, compositores (Billie Eilish) “Kiss Me More,” Rogét Chahayed, Amala Zandile Dlamini, Lukasz Gottwald, Carter Lang, Gerard A. Powell Ii, Solána Rowe e David Sprecher, compositores (Doja Cat featuring SZA) “Leave the Door Open,” Brandon Anderson, Christopher Brody Brown, Dernst Emile Ii e Bruno Mars, compositores (Silk Sonic) “Montero (Call Me by Your Name),” Denzel Baptiste, David Biral, Omer Fedi, Montero Hill e Roy Lenzo, compositores (Lil Nas X) “Peaches,” Louis Bell, Justin Bieber, Giveon Dezmann Evans, Bernard Harvey, Felisha “Fury” King, Matthew Sean Leon, Luis Manuel Martinez Jr., Aaron Simmonds, Ashton Simmonds, Andrew Wotman Aand Keavan Yazdani, compositores (Justin Bieber featuring Daniel Caesar and Giveon) “Right on Time,” Brandi Carlile, Dave Cobb, Phil Hanseroth e Tim Hanseroth, compositores (Brandi Carlile) Melhor Novo Artista Arooj Aftab Jimmie Allen Baby Keem Finneas Glass Animals Japanese Breakfast The Kid Laroi Arlo Parks Olivia Rodrigo Saweetie Melhor Performance Pop a Solo “Anyone,” Justin Bieber “Right on Time,” Brandi Carlile “Happier Than Ever,” Billie Eilish “Positions,” Ariana Grande “Drivers License,” Olivia Rodrigo Melhor Performance Pop Duo/Grupo “I Get a Kick Out of You,” Tony Bennett and Lady Gaga “Lonely,” Justin Bieber and Benny Blanco “Butter,” BTS “Higher Power,” Coldplay “Kiss Me More,” Doja Cat featuring SZA Melhor Álbum Pop “Justice (Triple Chucks Deluxe),” Justin Bieber “Planet Her (Deluxe),” Doja Cat “Happier Than Ever,” Billie Eilish “Positions,” Ariana Grande “Sour,” Olivia Rodrigo Melhor Record de Dança/Eletrónica “Hero,” Afrojack e David Guetta “Loom,” Ólafur Arnalds featuring Bonobo “Before,” James Blake “Heartbreak,” Bonobo e Totally Enormous Extinct Dinosaurs “You Can Do It,” Caribou “Alive,” Rüfüs Du Sol “The Business,” Tiësto Melhor Álbum Dança/Eletrónica “Subconsciously,” Black Coffee “Fallen Embers,” Illenium “Music Is the Weapon (Reloaded),” Major Lazer “Shockwave,” Marshmello “Free Love,” Sylvan Esso “Judgement,” Ten City Melhor Álbum de Música Alternativa “Shore,” Fleet Foxes “If I Can’t Have Love, I Want Power,” Halsey “Jubilee,” Japanese Breakfast “Collapsed in Sunbeams,” Arlo Parks “Daddy’s Home,” St. Vincent Melhor Música Rock “All My Favorite Songs,” Rivers Cuomo, Ashley Gorley, Ben Johnson and Ilsey Juber, songwriters (Weezer) “The Bandit,” Caleb Followill, Jared Followill, Matthew Followill and Nathan Followill, songwriters (Kings of Leon) “Distance,” Wolfgang Van Halen, songwriter (Mammoth Wvh) “Find My Way,” Paul McCartney, songwriter (Paul McCartney) “Waiting on a War,” Dave Grohl, Taylor Hawkins, Rami Jaffee, Nate Mendel, Chris Shiflett and Pat Smear, songwriters (Foo Fighters) Melhor Álbum Rock “Power Up,” AC/DC “Capitol Cuts - Live From Studio A,” Black Pumas “No One Sings Like You Anymore Vol. 1,” Chris Cornell “Medicine at Midnight,” Foo Fighters “McCartney III,” Paul McCartney Melhor Performance R&B “Lost You,” Snoh Aalegra “Peaches,” Justin Bieber featuring Daniel Caesar and Giveon “Damage,” H.E.R. “Leave the Door Open,” Silk Sonic “Pick Up Your Feelings,” Jazmine Sullivan Melhor Performance Tradicional de R&B “I Need You,” Jon Batiste “Bring It on Home to Me,” BJ The Chicago Kid, PJ Morton and Kenyon Dixon featuring Charlie Bereal “Born Again,” Leon Bridges featuring Robert Glasper “Fight for You,” H.E.R. “How Much Can a Heart Take,” Lucky Daye featuring Yebba Melhor Música R&B “Damage,” Anthony Clemons Jr., Jeff Gitelman, H.E.R., Carl McCormick and Tiara Thomas, songwriters (H.E.R.) “Good Days,” Jacob Collier, Carter Lang, Carlos Munoz, Solána Rowe and Christopher Ruelas, songwriters (SZA) “Heartbreak Anniversary,” Giveon Evans, Maneesh, Sevn Thomas and Varren Wade, songwriters (Giveon) “Leave the Door Open,” Brandon Anderson, Christopher Brody Brown, Dernst Emile II and Bruno Mars, songwriters (Silk Sonic) “Pick Up Your Feelings,” Denisia “Blue June” Andrews, Audra Mae Butts, Kyle Coleman, Brittany “Chi” Coney, Michael Holmes and Jazmine Sullivan, songwriters (Jazmine Sullivan) Melhor Álbum R&B “Temporary Highs in the Violet Skies,” Snoh Aalegra “We Are,” Jon Batiste “Gold-Diggers Sound,” Leon Bridges “Back of My Mind,” H.E.R. “Heaux Tales,” Jazmine Sullivan Melhor Performance de Rap “Family Ties” Baby Keem featuring Kendrick Lamar “Up,” Cardi B “My Life,” J. Cole featuring 21 Savage and Morray “Way 2 Sexy,” Drake featuring Future and Young Thug “Thot ___,” Megan Thee Stallion Melhor Performance Rap Melódico “Pride Is the Devil,” J. Cole featuring Lil Baby “Need to Know,” Doja Cat “Industry Baby,” Lil Nas X featuring Jack Harlow “Wusyaname,” Tyler, The Creator featuring Youngboy Never Broke Again and Ty Dolla Sign “Hurricane,” Kanye West featuring the Weeknd and Lil Baby Melhor Música Rap “Bath Salts,” Shawn Carter, Kasseem Dean, Michael Forno, Nasir Jones and Earl Simmons, songwriters (DMX featuring Jay-Z and Nas) “Best Friend,” Amala Zandile Dlamini, Lukasz Gottwald, Randall Avery Hammers, Diamonté Harper, Asia Smith, Theron Thomas and Rocco Valdes, songwriters (Saweetie featuring Doja Cat) “Family Ties,” Roshwita Larisha Bacha, Hykeem Carter, Tobias Dekker, Colin Franken, Jasper Harris, Kendrick Lamar, Ronald Latour and Dominik Patrzek, songwriters (Baby Keem featuring Kendrick Lamar) “Jail,” Dwayne Abernathy, Jr., Shawn Carter, Raul Cubina, Michael Dean, Charles M. Njapa, Sean Solymar, Brian Hugh Warner, Kanye West and Mark Williams, songwriters (Kanye West featuring Jay-Z) “My Life,” Shéyaa Bin Abraham-Joseph & Jermaine Cole, songwriters (J. Cole featuring 21 Savage and Morray) Melhor Álbum de Rap “The Off-Season,” J. Cole “Certified Lover Boy,” Drake “King’s Disease II,” Nas “Call Me If You Get Lost,” Tyler, the Creator “Donda,” Kanye West Melhor Solo Jazz Improvisado “Sackodougou,” Christian Scott aTunde Adjuah, soloist “Kick Those Feet,” Kenny Barron, soloist “Bigger Than Us,” Jon Batiste, soloist “Absence,” Terence Blanchard, soloist “Humpty Dumpty (Set 2),” Chick Corea, soloist Melhor Álbum Pop Latino “Vértigo,” Pablo Alborán “Mis Amores,” Paula Arenas “Hecho a la Antigua,” Ricardo Arjona “Mis Manos,” Camilo “Mendó,” Alex Cuba “Revelación,” Selena Gomez Melhor Álbum Música Urbana “Afrodisíaco,” Rauw Alejandro “El Último Tour Del Mundo,” Bad Bunny “Jose,” J Balvin “KG0516,” KAROL G “Sin Miedo (Del Amor y Otros Demonios),” Kali Uchis Melhor Música American Roots “Avalon,” Rhiannon Giddens, Justin Robinson and Francesco Turrisi, songwriters (Rhiannon Giddens with Francesco Turrisi) “Call Me a Fool,” Valerie June, songwriter (Valerie June featuring Carla Thomas) “Cry,” Jon Batiste and Steve McEwan, songwriters (Jon Batiste) “Diamond Studded Shoes,” Dan Auerbach, Natalie Hemby, Aaron Lee Tasjan and Yola, songwriters (Yola) “Nightflyer,” Jeremy Lindsay and Allison Russell, songwriters (Allison Russell) Melhor Música Escrita Para Media Visual “Agatha All Along [From Wandavision: Episode 7],” Kristen Anderson-Lopez and Robert Lopez, songwriters (Kristen Anderson-Lopez and Robert Lopez featuring Kathryn Hahn, Eric Bradley, Greg Whipple, Jasper Randall and Gerald White) “All Eyes On Me [From Inside],” Bo Burnham, songwriter (Bo Burnham) “All I Know So Far [From Pink: All I Know So Far],” Alecia Moore, Benj Pasek and Justin Paul, songwriters (Pink) “Fight for You [From Judas and the Black Messiah],” Dernst Emile Ii, H.E.R. and Tiara Thomas, songwriters (H.E.R.) “Here I Am (Singing My Way Home) [From Respect],” Jamie Hartman, Jennifer Hudson and Carole King, songwriters (Jennifer Hudson) “Speak Now [From One Night in Miami…],” Sam Ashworth and Leslie Odom, Jr., Songwriters (Leslie Odom, Jr.) Melhor Composição Clássico-contemporânea “Akiho: Seven Pillars,” Andy Akiho, composer. (Sandbox Percussion) “Andriessen: The Only One,” Louis Andriessen, composer. (Esa-Pekka Salonen, Nora Fischer & Los Angeles Philharmonic) “Assad, Clarice and Sérgio, Connors, Dillon, Martin and Skidmore: Archetypes,” Clarice Assad, Sérgio Assad, Sean Connors, Robert Dillon, Peter Martin and David Skidmore, composers. (Sérgio Assad, Clarice Assad and Third Coast Percussion) “Batiste: Movement 11,” Jon Batiste, composer (Jon Batiste) “Shaw: Narrow Sea,” Caroline Shaw, composer (Dawn Upshaw, Gilbert Kalish and Sō Percussion) Melhor Videoclip “Shot in the Dark,” (AC/DC); David Mallet, video director; Dione Orrom, video producer. “Freedom,” (Jon Batiste); Alan Ferguson, video director; Alex P. Willson, video producer. “I Get a Kick Out of You,” (Tony Bennett and Lady Gaga); Jennifer Lebeau, video director; Danny Bennett, Bobby Campbell and Jennifer Lebeau, video producers. “Peaches,” (Justin Bieber featuring Daniel Caesar and Giveon); Collin Tilley, video director. “Happier Than Ever,” (Billie Eilish); Billie Eilish, video director; Michelle An, Chelsea Dodson and David Moore, video producers. “Montero (Call Me By Your Name),” (Lil Nas X); Lil Nas X and Tanu Muino, video directors; Frank Borin, Ivanna Borin, Marco De Molina and Saul Levitz, video producers. “Good 4 U,” (Olivia Rodrigo); Petra Collins, video director; Christiana Divona, Marissa Ramirez and Tiffany Suh, video producers. Melhor Música de Filme “Inside,” (Bo Burnham); Bo Burnham, video director; Josh Senior, video producer. “David Byrne’s American Utopia,” (David Byrne); Spike Lee, video director; David Byrne and Spike Lee, video producers. “Happier Than Ever: A Love Letter to Los Angeles,” (Billie Eilish); Patrick Osborne and Robert Rodriguez, video directors. “Music, Money, Madness … Jimi Hendrix in Maui,” (Jimi Hendrix); John McDermott, video director; Janie Hendrix, John McDermott and George Scott, video producers. “Summer of Soul,” (Various Artists); Ahmir “Questlove” Thompson, video director; David Dinerstein, Robert Fyvolent and Joseph Patel, video producers. Artigo escrito por: Mafalda Barbosa

  • Max Verstappen é campeão do Mundo de Fórmula 1 pela primeira vez

    O holandês Max Verstappen venceu o Grande Prémio de Abu Dhabi a 12 de dezembro e é o novo campeão do mundo de Fórmula 1. Numa corrida em que se disputou o lugar de topo até à última volta, o piloto da Red Bull destronou Hamilton e teve direito a ocupar a posição mais alta do pódio. Do início ao fim, o campeonato de Fórmula 1 (F1) foi palco de múltiplos atritos e de uma rivalidade meteórica entre o holandês Max Verstappen e o britânico Lewis Hamilton (Mercedes). "Mad" Max, alcunha dada pelos fãs da modalidade devido ao seu perfil destemido e intrémulo em pista, tornou-se no primeiro holandês a vencer a competição. "É inacreditável, lutei durante toda a corrida e surgiu uma oportunidade na última volta. Não sei o que dizer ao pessoal da minha equipa e, claro, também à Honda, mas todos eles merecem isto. Finalmente tive um pouco de sorte. O Sergio ‘Checo’ Perez fez um grande trabalho de equipa", foram as primeiras reações de Max Verstappen à vitória. O título de Pilotos estava destinado para as derradeiras curvas da última volta. Apesar de ter partido para o Grande Prêmio (GP) de Abu Dhabi na pole position, Verstappen não foi capaz de segurar a vantagem que alcançou na grelha de partida. Já Lewis Hamilton, que partiu em segundo lugar, teve um arranque admirável e alcançou a liderança. Acumulando uma vantagem de 11,9 segundos, o piloto britânico parecia ter o título garantido. A cinco voltas do fim, o inesperado despiste do canadiano Nicolas Latifi obrigou à intervenção do safety car. Com isto, Verstappen conseguiu recuperar terreno e colou-se ao inglês para a última volta. Os dois pilotos iniciaram a batalha final precisamente com a mesma pontuação (369,5 pontos) e acabou com o triunfo do holandês. Sagrar-se campeão na volta final não é algo insólito. Contudo, foi apenas a segunda vez que dois pilotos iniciaram a última prova da época empatados na classificação geral. A primeira vez ocorreu no ano de 1974, durante o GP dos Estados Unidos, entre o brasileiro Emerson Fittipaldi (McLaren) e o suíço Clay Regazzoni (Ferrari). Fora de pista, a Mercedes apresentou um protesto formal ao resultado, defendendo que Verstappen ultrapassou Hamilton, enquanto o safety car ainda se encontrava na pista, o que viola as regras presentes no Regulamento Desportivo da Federação Internacional do Automóvel (FIA). A FIA acabou por recusar a queixa e deu a vitória a Max Verstappen. O título de Construtores voltou a ser assegurado pela Mercedes, que venceu pelo oitavo ano consecutivo. O filho do antigo piloto Joe Verstappen, entrou cedo no mundo da competição. Fruto da educação rígida que recebeu, Max estreou-se na Fórmula 1 ao participar no Grande Prémio em Austrália no ano de 2015. Com apenas 17 anos, o holandês quebrou recordes e tornou-se o mais jovem piloto de sempre na modalidade rainha do desporto automóvel. Aos 24 anos, Verstappen é o 34.º campeão mundial de F1, com 18 pódios e oito pontos de avanço sobre Hamilton, dificultando a conquista do inglês do oitavo título mundial. O piloto da Red Bull tornou a modalidade automóvel num dos desportos mais conceituados nos Países Baixos. Classificação do Mundial de Pilotos: Artigo escrito por: Sara Arnaud

  • África paga a fatura de desastres climáticos

    Secas, inundações e tempestades intensas já são comuns aos olhos de milhões de africanos. Os 54 países do continente africano são os que menos contribuem para o aquecimento global, mas são os que mais sofrem com as consequências. O relatório das Nações Unidas, publicado em outubro, fala de uma África vulnerável e desproporcional. O continente africano representa menos de 4% das emissões de gases com efeito de estufa. As terras agrícolas particularmente expostas à seca, as cidades cingidas na costa e a pobreza generalizada, dificultam a adaptação, prevenção e resposta do continente a eventos extremos do clima. Segundo o relatório do Painel das Nações Unidas, África tem em vista um quadro terrível para a capacidade de se adaptar a alterações climáticas cada vez mais recorrentes. "Durante o ano 2020, os indicadores climáticos em África caracterizaram-se por um aumento contínuo da temperatura, subida acelerada do nível do mar, fenómenos climáticos e meteorológicos extremos, tais como inundações, deslizamentos de terras e secas, e impactos devastadores associados", lê-se no relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM). No mês de dezembro, o grito de alerta para a urgência de ação voltou a ser dado. Desta vez, a seca extrema e prolongada matou dezenas de girafas no Quênia. A imagem aérea, que chocou o mundo, mostra seis girafas sem vida, devido à falta de água. No país do leste de África, os animais ficaram presos na lama enquanto tentavam beber de um reservatório quase seco. Crise humanitária no setor agrícola No último ano, a temperatura do continente africano subiu mais rápido do que a média global. 2020 posiciona-se entre os anos mais quentes de sempre registado no continente. A crise climática global agravou a seca e está a levar as comunidades africanas ao limite. Num continente massivamente dependente do setor agrícola, a intensificação da seca aumenta a insegurança alimentar e empurra milhões de pessoas para a fome aguda. Em setembro, o presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, salientou que a seca devastadora afeta as colheitas do país e põe cerca de dois milhões de quenianos em risco de passar fome. Em Madagáscar, um milhão de pessoas ficaram sem alimentos, o que espoletou uma crise humanitária. Já vulnerável aos impactos do aquecimento global, a agricultura sofre ainda com a pandemia de covid-19, invasões de gafanhotos e conflitos em torno dos poucos recursos existentes. “Até 2040, os glaciares de África poderão desaparecer” Com isto, também as massas de gelo dos raros glaciares africanos serão afetadas. O relatório divulgado pelas Nações Unidas no mês de outubro alerta que, se nada for feito, os três lendários glaciares deixarão de existir nas próximas duas décadas. Os três blocos de gelo tropicais da África Oriental — o monte Kilimanjaro da Tanzânia, o monte Quénia e as montanhas Rwenzoris do Uganda — são de grande importância para o turismo e para a ciência, mas a previsão é que derretam até 2040. Na introdução do relatório, Petteri Taalas, secretário-geral da OMM, reforça que "o rápido derretimento dos últimos glaciares na África Oriental, que se espera estar completo num futuro próximo, alerta-nos para uma mudança iminente e irreversível no sistema terrestre". Comunidades costeiras com risco a inundações Na última década, observou-se um crescimento, sem precedentes, nas chuvas anuais. Estando ligadas diretamente à forte precipitação, o aumento do nível do mar e a erosão da costa estão a afetar e ameaçar várias comunidades costeiras. A costa do Oceano Índico é o local mais crítico. No Quénia, as inundações no total dos oito lagos no Vale do Rift, forçaram milhares de quenianos a abandonar as suas habitações e locais de trabalho, alguns já foram obrigados a migrar para cidades vizinhas. Os especialistas destacam que, nos últimos 50 anos, não foi testemunhado algo deste tamanho. Com a subida no nível do mar, as comunidades costeiras da Libéria assistiram à submersão das suas cidades. Para além disso, houve lagos a duplicar de tamanho, fazendo desaparecer casas, lojas, campos agrícolas, escolas, hospitais, quintas, igrejas, empresas, etc. Segundo o relatório Groundswell Africa, divulgado nas vésperas da COP26, "até 2050, 86 milhões de africanos terão de migrar dos seus países". "Os impactos das alterações climáticas, como escassez de água, colheitas e produtividade menores nos ecossistemas, aumento do nível do mar e tempestades vão cada vez mais forçar as pessoas a migrarem, já que alguns sítios serão menos propícios por causa do calor, eventos extremos e perda física de terrenos", lê-se no documento. Os africanos saem à rua em protesto. Lutam a favor do meio ambiente, por um planeta saudável e um futuro melhor. De África de Sul a Nigéria, de Namíbia a Uganda, milhares de jovens fazem-se ouvir, criticando a inação dos políticos no combate às alterações climáticas. "Precisamos de regressar à tecnologia verde" A OMM acredita que o combate às ameaças que se avizinham faz-se através da rápida implementação de planos climáticos em África. É necessário investir "em infraestruturas hidrometeorológicas e em sistemas de alerta prévio" que vão formar mais empregos e, consequentemente, incitar o desenvolvimento económico afetado pela pandemia de Covid-19. Tudo isto sob a fórmula de uma "recuperação sustentável e verde do continente", sublinha a organização. Contudo, os custos são avultados. "Globalmente, África necessitará de investimentos de mais de 3 biliões de dólares para mitigar e se adaptar a este processo até 2030". Segundo o secretário-geral da OMM, a implementação de estratégias de adaptação requer "fluxos significativos, acessíveis e previsíveis de financiamento condicional". "O custo da adaptação às alterações climáticas em África aumentará para 50 mil milhões de dólares por ano até 2050, mesmo assumindo os esforços internacionais para manter o aquecimento global abaixo dos 2 graus Celsius", assinalou Petteri Taalas. Apesar do aumento do impacto climático no continente africano, a diferença de participação entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento continua a existir. Atualmente, as vozes dos africanos têm menor representatividade, nas reuniões globais sobre o clima das Nações Unidas, em comparação com os países mais ricos. Artigo escrito por: Sara Arnaud

  • Crítica: Adele voltou melhor do que nunca, na sua versão mais intimista

    Após seis longos anos, Adele lançou o seu quarto álbum de carreira, “30”. A cantora britânica serve-nos um cocktail de amor gélido e frustrações penosas. Aqui a receita não tem segredos. Uma pitada de fragilidade e uma dose de superação é a medida certa para um produto final emocionalmente sublime. O álbum, produzido entre 2019 e 2020, revela os sentimentos mais íntimos de Adele durante o “período mais turbulento” da sua vida. A longa-duração, faz jus à durabilidade da relação, centrando-se essencialmente no divórcio da cantora. Adele explica, através da música, a sua face da moeda daquilo que aconteceu, ao filho de 9 anos, Angelo. Para além disso, o álbum aborda outras temáticas, como a maternidade, a solidão, o recomeço e o amor-próprio. “I'll be taking flowers to the cemetery of my heart”. É este o mote que inicia a profunda dor e o longo processo de luto do mais recente projeto musical da cantora. “Strangers by Nature” é uma canção marcada pela cultura jazz e pelas baladas cinematográficas, não fosse ela co-produzida pelo compositor de bandas-sonoras, vencedor de um Oscar, Ludwig Göransson. A segunda canção do álbum, “Easy On Me”, é uma aposta segura para primeiro single da cantora em seis anos. A balada reflete o final de um casamento, focando-se nas dificuldades de manter uma família, agora dividida: “You can’t deny how hard I have tried / I changed who I was / To put you both first / But now I give up”. A forte necessidade de explicar o divórcio ao filho, levou Adele a escrever “My Little Love”. Abalada numa desmedida tristeza e intensa desilusão, a terceira canção do álbum mostra o coração de uma mãe-solteira, sentido de falhas para com o filho: “I know you feel lost, it’s my fault completely”; “So I ain’t surprised you can read through all of my lies / I feel so bad to be here when I’m so guilty”. O ouvinte imerge no círculo privado da cantora ao ouvir um voicememo de uma conversa intimista entre Adele e o filho, comprovando a cumplicidade de ambos. “My Little Love” é uma canção crua e honesta que ilustra a vulnerabilidade das relações. A canção muda o foco das relações amorosas para a maternidade, a única relação que verdadeiramente é para a vida toda. A meio do álbum chega “I Drink Wine” com fortes influências gospel. A canção inicia com perguntas que todos nós já fizemos em alguma fase da vida: “How can one become so bounded by choices that somebody else makes? / How come we’ve both become a version of a person we don’t even like?”. A letra canta os sonhos de criança e, uma vez mais, o fim da relação, mas numa perspetiva de superação e positividade. O remate final é dado por um desabafo introspetivo da cantora. “Hold On” é a música onde Adele conforta os seus sentimentos de vazio e solidão, aprendendo a viver e a superar os momentos mais tristes da sua vida. O refrão traz um sentimento de esperança a uma música que também fala sobre a sensação de sufoco e desespero: “Let pain be gracious / Love will soon come / Just hold on”. A produção da faixa musical transmite a nostalgia de uma música de igreja. Certamente vai se tornar um hino de amor-próprio e de superação pessoal. A penúltima canção, “To Be Loved”, é a melhor do álbum. Em termos vocais, Adele entrega-se de maneira única, superando-se a si mesma e atingindo notas nunca antes alcançadas. A música traduz a imensa mágoa que todos já sentimos e que nos custa tanto livrar. A melancólica balada de piano agarra o ouvinte desde o primeiro segundo, que não consegue ignorar a dor que sente ao ouvir a voz sofrida de Adele. “Let it be known that I tried” é a frase que resume, na perfeição, esta música. Quem é que nunca quis que uma certa pessoa reconhecesse o esforço que fizemos por algo ou alguém? A canção é mais que suficiente para garantir o lugar de Adele no pedestal das grandes divas do mundo da música. Adele encerra estrategicamente o álbum com “Love Is A Game”, uma canção que reflete o quão complicadas as relações amorosas podem ser, mas que no fundo procura dar esperança aos corações despedaçados. Apesar do amor ser um jogo para os tolos jogarem, tal como canta Adele, o ser humano, naturalmente, acaba sempre por querer voltar a esse estado: “I love me now like I loved him / I'm a fool for that / You know I, you know I'm gonna do it”. É um dos melhores trabalhos musicais do ano e o melhor da carreira da artista. O LP elevou Adele a um novo nível de qualidade artística. Não é mais um álbum sobre desgostos amorosos, mas sim uma obra-prima resultante de um longo processo de luto e superação pessoal. Nem todos conseguem verdadeiramente identificar-se com um divórcio, mas ao ouvir o álbum ficam com uma ideia geral dos diferentes sentimentos que nos engolem durante o processo. É uma reflexão interior transformada em arte que nos inspira e permite que ultrapassemos os momentos mais negativos do nosso percurso pessoal, mesmo quando temos a sensação de que é o fim do mundo. “30” trespassa as linhas regidas da perfeição. Artigo escrito por: João Múrias

  • 80 anos do Coliseu do Porto celebrados em mais uma edição do Circo de Natal

    No ano em que completa 80 anos, o Coliseu do Porto volta a acolher o tradicional Circo de Natal. As sessões arrancaram na última sexta-feira, dia 10, e prolongam-se até 2 de janeiro. O JPN/Jornal Invicto esteve nos ensaios e revela o que está na base do espetáculo que chega ao palco este ano. Reportagem por: Inês Cristina Silva e João Múrias Esta reportagem foi originalmente publicada no JPN

  • (Re)veste dá uma nova roupagem à rotina de jovens com deficiência

    Criado há dois anos, o projeto (re)veste promove o desenvolvimento de competências pessoais e sociais de jovens portadores de deficiência, ao mesmo tempo que combate o desperdício têxtil. Depois da passagem pelo Portugal Fashion, o JPN/Jornal Invicto foi ao Centro Social de Soutelo conhecer melhor o projeto. Reportagem por: Inês Cristina Silva e João Múrias Esta reportagem foi originalmente publicada no JPN

  • Futura ponte do metro criticada por faculdades do Campo Alegre

    As propostas apresentadas pelo Gabinete Edgar Cardoso, pela Coba Consultores e pela Betar Consultores são as finalistas do concurso para a execução da futura ponte de metro que vai ligar a Casa da Música, no Porto, a Santo Ovídio, em Vila Nova de Gaia, via Devesas. As faculdades do polo do Campo Alegre da Universidade do Porto contestam o traçado, cota, perfil e acessos da futura ponte. Queixam-se ainda de não terem sido ouvidas no processo. Reportagem por: Inês Cristina Silva e João Múrias Esta reportagem foi originalmente publicada no JPN

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