top of page
  • Foto do escritorMafalda Barbosa

Christine Sinclair, o nome que nos escapou

Atualizado: 19 de jan. de 2022

Tem 300 participações internacionais, mas mesmo assim não lhe conhecemos o nome. Possivelmente, uma condição inerente no futebol feminino. Christine Sinclair é goleadora máxima internacional por excelência. O nome que escapa da mente, mas não da história, que percorre ao lado de Ronaldo e Ali Daei.

Christine Sinclair. Foto: Naomi Baker, FIFA/FIFA via Getty Images

Quando pesquisamos quais os jogadores com mais golos a nível internacional, destacam-se desde logo dois nomes. Em primeiro lugar, Cristiano Ronaldo com 115 golos, distribuídos pelos 182 jogos que participou pela seleção. Talvez, para nós portugueses, a resposta fosse mais óbvia, sendo que o prodígio madeirense ultrapassou o antigo detentor do recorde com mais de 100 golos, o iraniano Ali Daei.


No entanto, em cada clique um erro. É o nome Christine Sinclair que deveríamos recordar como a jogadora com mais internacionalizações de sempre pelo seu país. A canadiana, atualmente com 38 anos, segura subtilmente o recorde com 188 golos, ganho a janeiro de 2020. Sem muitas surpresas, é considerada a melhor jogadora canadiana de sempre.


Foi com apenas 16 anos que se estreou na equipa principal da seleção do Canadá e desde de então tem criado um perfil vasto no panorama do futebol feminino e, significativamente, no internacional. Foi no Mundial feminino de juniores de 2002 que Christine deixou a nação a seus pés. Os 10 golos que marcou durante o campeonato, que contavam com 5 apenas contra a Inglaterra, garantiram-lhe o título de MVP – Most Valuable Player – e melhor marcadora.


Um ano depois volta a pertencer ao alinhamento para o campeonato Mundial, mas desta vez juntava-se à equipa principal, em alguns jogos como capitã. Ao mesmo tempo, garantiu que o lugar da bola de futebol era na baliza adversária, tendo marcado em todos os jogos em que participou. Conseguiu, ainda, passar a fazer parte da dupla de jogadoras a marcar em cinco mundiais.


Atualmente, é também participante assídua dos Jogos Olímpicos, somando já quatro olimpíadas. Em 2012, na capital inglesa, assegurou o primeiro bronze e depois, 4 anos mais tarde, no Rio de Janeiro, conseguiu alcançar a mesma posição, vencendo até a equipa brasileira. Contudo, é necessário destacar a sua performance nos Jogos de Tóquio, realizados no ano passado, que lhe garantiram a medalha de ouro.

Christine em Tóquio. Foto: Naomi Baker, Getty Images

A atual equipa da goleadora-mor é Portland Thorns FC, da principal divisão dos EUA, onde já se glorificou vencedora por quatro vezes. A singularidade do seu percurso - que conta com 300 participações internacionais – sustentou uma carreira que lhe deu o título de Futebolista do Ano do Canadá por 14 vezes. É possível afirmar que serviu de trampolim para uma visão distinta sobre o futebol feminino.


“Ao participar na minha primeira taça do Mundo, as pessoas não se importavam que tivéssemos terminado em 4.º, não só no Canadá. É bom ver que o apoio dentro do Canadá mudou, mas penso que, mais importante, em todo o mundo. Obviamente, ainda há muito trabalho a fazer, mas ter feito parte da evolução do jogo e do crescimento do jogo tem sido uma grande viagem”, revelou Christine em entrevista com Canada Soccer TV.

Curiosamente, é o futebol feminino que detém 17 jogadoras com 100 ou mais golos internacionais, em comparação com o futebol masculino, que possui apenas dois. Apesar do panorama fora de campo não causar a mesma histeria, dentro das quatro linhas as mulheres continuam a fazer história e a elevar a modalidade a desporto-rainha.


“Para mim não tem nada a ver com o recorde, mas sim ajudar jovens meninas a perseguir o sonho de jogar profissionalmente ou representar o seu país a ganhar medalhas olímpicas. Não ser pensado ou visto como estranho, uma vez que os jovens rapazes podem fazer isso e são encorajados a fazê-lo”, acrescentou.




Artigo escrito por: Mafalda Barbosa

6 visualizações0 comentário
bottom of page