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Hélder Nunes: “Com doze anos, dizia que queria jogar no Barcelos, no Porto e no Barcelona”

Atualizado: 18 de jan. de 2022

Desde criança, Hélder Nunes calça os patins e pega no taco de hóquei praticamente todos os dias. Em entrevista ao jornal Invicto, o jogador de 27 anos reflete sobre o sucesso da sua carreira internacional e frisa a importância do apoio psicológico no desporto de alta competição.

Foto: Instagram / Hélder Nunes

Descendente de uma família de jogadores de hóquei profissionais e natural de Barcelos, cidade com forte ligação ao desporto, Hélder Nunes não fugiu à regra e também enveredou por esse caminho. Com uma carreira bastante promissora desde tenra idade (tendo passado pelo clube de Barcelos e de Braga), chega ao Futebol Clube do Porto com apenas 18 anos. Aqui encontrou as condições e oportunidades necessárias para evoluir, chamando a atenção da seleção nacional.


A jogar no Barcelona desde 2019, o médio português já marcou 115 golos em 110 jogos. Com um percurso profissional marcado pela qualidade técnica e um pouco de “sorte”, Hélder Nunes, garante o seu lugar na história do hóquei em patins.


Jornal Invicto - O facto do seu pai ter sido jogador profissional e da sua família ser adepta de hóquei em patins levou a que tivesse mais interesse na modalidade?

Hélder Nunes - Todos os meus amigos jogavam hóquei, todas as pessoas mais velhas que eram amigas da minha família também jogavam ou tinham jogado. É óbvio que cada caminho é diferente, porque uns têm jeito, outros não, quer seja para o hóquei, para o futebol, para tudo. Os pais, no início da nossa vida, são os nossos ídolos e o meu sonho era ser igual ou melhor que o meu pai. Eu sou de Barcelos e lá antes de nos colocarem umas sapatilhas colocavam-nos uns patins, principalmente na altura em que eu nasci. Eu joguei basquetebol, fiz natação, andei no karaté, no ping-pong, no ténis, mas quando chegava a hora de escolher, o hóquei era realmente o desporto que eu optava. Colocava-o à frente de tudo.


J.I. - O envolvimento dos pais no desporto que os filhos praticam e os comentários podem influenciar a prestação no jogo?

H.N. - Claro, sem dúvida, é como disse, cresci numa terra onde toda a gente percebe de hóquei, ou seja, toda a gente é um bocado treinador de bancada. Eu tive colegas da minha equipa que passavam mal, porque eram os pais que lhes davam a tática e não o treinador, por assim dizer. O pai, normalmente, quer o melhor para o seu filho e não o melhor para a equipa.


Realmente, eu tive muita sorte na família em que cresci, também pelo meu pai ter sido jogador profissional. Mas o que é certo é que ele nunca fez essas “figurinhas”, pelo menos que eu tenha visto. Nunca me disse o que fazer dentro de campo, ele sempre soube distinguir as coisas. Sem dúvida que isso mete uma pressão tremenda nos filhos e acho que se for bem gerido pelos pais até pode ser uma maneira de os motivar mais.


"Todos nós sonhamos em ser alguém, seja no desporto ou no trabalho que for"

O meu pai nunca me disse que eu joguei bem, eu podia ganhar dez-zero, marcar cinco golos, fazer cinco assistências, ninguém passar por mim e “partir” tudo naquele jogo. Ele dizia “jogaste normal, não achei nada especial”. Eu ficava chateado, porque queria sentir que a minha família estava orgulhosa do que eu tinha feito. O meu pai arranjou essa maneira de me motivar. E eu levava com isso ao pequeno-almoço, ao almoço e ao jantar e só queria era que ele me dissesse “jogaste bem”.


Todos nós sonhamos em ser alguém, seja no desporto ou no trabalho que for. A maneira como o meu pai e a minha mãe, os meus avós e toda a gente geriu isso foi, na minha opinião, muito bem conseguida e é um exemplo para mim, para um dia mais tarde saber lidar com essa questão, com um filho meu.


J.I. - Desde muito novo que revelou ser um prodígio do hóquei em patins. Enquanto criança e adolescente, o sucesso do seu percurso desportivo teve consequências pessoais, nomeadamente relacionado com ansiedade, stress e pressão?

H.N. - Eu sentia stress, mas, de uma maneira geral, sempre fui uma pessoa muito tranquila, acho que herdei isso da minha mãe que é brasileira (ri). Eu só não gosto de preocupar as pessoas e é óbvio que por dentro posso estar a ferver, mas essa nunca vai ser a imagem que vou passar para fora, seja em que circunstância for, principalmente no desporto.


"Desde muito novo fui focado no que queria para a minha vida e vi o hóquei como o caminho para atingir os meus objetivos"

Enquanto criança e adolescente temos que, se calhar, saltar etapas, principalmente pessoas como eu, que sabiam que tinham qualidade e que poderiam fazer daquilo a sua vida. Óbvio que me custava ver os meus colegas da escola a irem para uma festa de anos à sexta-feira ou ao sábado à noite e eu não podia ir, mas abdicava disso, porque o que eu queria era jogar. Nunca senti como um sacrifício. Desde muito novo fui focado no que queria para a minha vida e vi o hóquei como o caminho para atingir os meus objetivos.


Eu tenho entrevistas para os jornais de Barcelos com doze anos, em que dizia que queria jogar no Barcelos, no Porto, no Barcelona e que queria ser o melhor. E a realidade é que esse discurso tem-se mantido e tenho conseguido atingir os meus objetivos à minha maneira, ao meu tempo.


J.I. - Como é que um jovem atleta concilia os estudos com os treinos e jogos?

H.N. - Eu acho que essa é a parte mais fácil. Ninguém gosta de estudar, é como correr. Eu acho que ninguém gosta de correr, as pessoas depois é que se habituam ao sofrimento. Eu sou desportista, tenho que o fazer e custa-me muito (ri).


Sem dúvida que a minha maneira de estudar foi sempre um bocado diferente. Como tinha o hóquei, nunca fui aquele aluno que tinha de ter as melhores notas, porque senão não ia ter um bom emprego. Eu tinha explicações e estudava com os meus amigos e com as minhas amigas, que eram as melhores alunas, mas estava mais focado no desporto.


Sempre tentei conciliar o estudo com o desporto e, felizmente, o hóquei, é um desporto modesto, como não é o futebol. Com quinze anos já jogava nos seniores. Se calhar, um futebolista com o início de carreira como a minha, eventualmente, deixaria os estudos, porque o futebol é um mundo à parte e permite que dez gerações da tua família vivam sem preocupações económicas. No entanto, há jogadores de futebol que estudam e que têm cursos importantes, por isso, acho que, realmente, tem a ver com a mentalidade. Se não for a correta, os estudos vão passar para segundo plano.


A minha família foi a primeira a pôr-me em explicações, a dizer “olha que só vais treinar se fizeres os trabalhos de casa”. Eu vivia a vinte metros do pavilhão, e o que queria era jogar hóquei. Eu acabava de estudar, calçava os patins e ia para lá e, se fosse preciso, ficava com os patins das seis da tarde às onze da noite.


Toda a envolvência familiar que eu tive foi perfeita para me fazer crescer da maneira que devia. Agora se viesse de uma família pobre e aos quinze anos me aparecessem contratos de quinhentos mil euros, se calhar, os estudos iam acabar por desaparecer, pela necessidade financeira.


Há dois lados, há quem diga que é quase impossível e quem diga que se faz perfeitamente. Eu fui um dos que consegui fazer perfeitamente até chegar aos dezoito anos. Nessa altura fui para o Porto, estive na faculdade dois anos e só fiz uma cadeira, porque tive de faltar a todos os exames, que eram à sexta-feira, para treinar para a Liga dos Campeões e nessa altura o hóquei já era o meu trabalho, não era só um hobby.


J.I. - Aos 18 anos foi jogar para o FC Porto e também foi chamado para a seleção nacional. O facto de ser um clube mais relevante e de ser a seleção provocava mais receio do que entusiasmo?

H.N. - Não, sentia mais entusiasmo do que nervosismo, até porque sempre quis aquilo. Sempre me mentalizei que se treinasse bem, nos momentos mais difíceis, as coisas acabariam por correr bem e caso começassem a correr mal, significava que tinha de me concentrar um pouco mais ou deixar de pensar nos erros e realmente focar-me no que interessava.


Eu cresci muito rápido, com 15 anos fiz seis ou sete jogos pela equipa de seniores do Barcelos e depois fui para Braga. No Braga joguei com um guarda-redes que tinha jogado com o meu pai, tinha quarenta e tal anos na altura. E eu com 16 anos jogava com o meu padrasto, que tinha trinta, e com os amigos dele que estavam no Braga. Ou seja, sempre fui “criado” em balneários de gente mais velha e isso fez com que a minha mentalidade se fosse adaptando.


Tentei não saltar as etapas todas e tive sorte de os clubes me permitirem fazer isso e perceberem o meu ponto de vista. Quando jogava nos seniores do Braga não deixava de jogar com os juvenis e aos juniores - até porque nos seniores era difícil e, quando ia aos juvenis e aos juniores, ganhava confiança.


Depois chego ao Porto com 18 anos e a pessoa mais nova a seguir a mim tinha 27. Se me queria dar bem naquele ambiente, tinha de crescer, tinha de aprender a lidar com egos muito grandes, com pessoas que, se calhar, trabalhavam muito e não conseguiam, ou pessoas que trabalhavam pouco e achavam que mereciam mais. Várias situações que nas camadas jovens não se está habituado. Acho que isso foi um bocado o que me levou a ser a pessoa que sou hoje.


“Tenho que ficar um monstro, porque se nos treinos eu não ganho uma bola na tabela, nos jogos, não vão bater no Reinaldo Ventura, nem no Barreiros, mas sim no miúdo”

J.I. - Quais foram as principais dificuldades que sentiu ao jogar numa equipa tão grande?

H.N. - Eu estava habituado a jogar muito tempo e, no Porto, como é que eu ia, no meio daqueles monstros, ter o meu espaço? Então, durante três meses, deixei um bocado a técnica de parte para me concentrar no ginásio. Eu dizia: “tenho que ficar um monstro, porque se nos treinos eu não ganho uma bola na tabela, nos jogos, não vão bater no Reinaldo Ventura, nem no Barreiros, mas sim no miúdo”.


Quando fui para o Porto, o Caio levou oito meses de suspensão por não responder ao questionário de doping. Portanto, eu entrei numa equipa em que ia ser o oitavo jogador com poucos minutos em campo, para passar a ser o sétimo. Passado um mês, o Reinaldo Ventura lesionou-se no cotovelo, num jogo da Liga dos Campeões contra o Barcelona, e passei a ser o sexto jogador.


Fui conseguindo agarrar as oportunidades que me davam, também pela qualidade que tinha, mas muito pelo facto de ser novo e as pessoas não me conhecerem. Porque a realidade é que se agora um miúdo de dezoito anos vier jogar contra mim - não é falta de respeito -, mas eu penso “eu tenho vinte e sete anos, eu sou melhor que tu”. A verdade é que eu não o conheço de lado nenhum e ele sabe tudo o que eu faço. Está mais preparado para me defender, do que eu a ele. Em momentos cruciais de jogos com Benfica, com Barcelona, e em jogos importantes acabava por me sobressair, marcava pontos decisivos e as pessoas começavam a falar.


J.I. - No FC Porto foi capitão de equipa. Sentiu um peso acrescido, em termos de responsabilidade, para com a equipa?

H.N. - Não, porque quando decidiram pôr-me como capitão, eu juntei toda a gente e decidimos aquilo no meio da pista. A minha maneira de trabalhar e de viver o hóquei nunca foi “façam isto, porque eu acho que é assim e acabou”. Foi sempre dar o exemplo: quem quer, segue, quem não quer, não segue.


Eu era mais um a ajudar, apenas levava a braçadeira no braço. Se houvesse algum problema, era eu quem falava com a direção, mas continuava a ser o mesmo Hélder. Se eles quisessem transmitir diretamente também o poderiam fazer. Eu não levava a mal. Se quisessem que fosse com eles, eu ia sem problema nenhum. Acho que é para isso que serve um capitão, para se atravessar um bocado pela equipa, mesmo que isso o prejudique um pouco. Mas também é para isso que é escolhido, pelo caráter, dentro e fora de campo.


Se tivesse que definir uma palavra para a minha carreira seria sorte, porque entre decisões e balneários desportivos espetaculares, pude crescer. A pessoa que sou hoje deve-se ao desporto que amo.


"Às vezes, ser melhor não chega, por isso, a inteligência tem de estar em todos os lances e momentos do jogo"

J.I. - E para com os adeptos, sentiu alguma responsabilidade acrescida?

H.N. - Por exemplo, sempre me incutiram aquilo de “ser Porto”, ou seja, aquela garra e ódio ao Benfica. Às vezes, é necessário ser arrogante em momentos de jogo, para puxar pelos adeptos quando estão mais mortos, mesmo que isso implique levar um cartão azul. Contudo, há clubes que não vivem bem com isso. O Barcelona é um deles, querem ser o clube exemplar, mas o desporto não é assim. Às vezes, ser melhor não chega, por isso, a inteligência tem de estar em todos os lances e momentos do jogo.

Foto: Twitter / FCP

Eu já era portista ferrenho, vivia aquilo de fora, por isso dá para imaginar como é que foi quando consegui ir para lá jogar. O meu pai é benfiquista, ele só foi ao Dragão ver-me jogar, passado uns dois anos de eu ir para o Porto. Dá para perceber o ambiente de picardia em casa (ri).


J.I. - A psicologia e a saúde mental no desporto ainda não tem, em Portugal, o peso que deveria. Qual considera ser o caminho a percorrer para melhorar esta lacuna?

H.N. - Este é um tema que anda muito na boca do mundo. Eu no Porto tinha psicólogo 24 horas. Também tínhamos um coach, com quem trabalhávamos mensalmente. No Barcelona tenho um psicólogo para qualquer eventualidade, seja algo que os treinadores não gostem ou que nós não gostemos. Temos total à vontade para falar.


O que eu sei de experiência própria é que o coach deu-me muito jeito na altura do Porto, por várias situações que a equipa passou, desde perder finais da Ligas dos Campeões - eu perdi quatro finais no Porto - a picardias entre jogadores. O coach sempre nos fez ver que o trabalho que fazíamos com ele era uma forma de crescimento. Ele falava connosco, coletivamente, fazendo-nos dizer as coisas na cara uns dos outros, sendo que às vezes dava faísca. Também trabalhava connosco de maneira individual, ligava-nos durante a semana, por exemplo. Tive colegas que falavam diariamente com ele porque precisavam.


Com o psicólogo do Porto falei algumas vezes, às vezes gostava, outras vezes não. Então, não era uma pessoa a quem recorria frequentemente. Já o coach, sim. Sem dúvida que a experiência que tive com ele valeu muito a pena, porque ainda hoje uso certas técnicas que ele me deu para os momentos em que preciso.


J.I. - Um atleta de alta competição treina diariamente para a vitória, no entanto, esse nem sempre é o resultado final. Que estratégias arranjou para conseguir superar os sentimentos de frustração e desânimo que sente quando os objetivos não são alcançados?

H.N. - Por exemplo, quando ia jogar à Luz sentia que as coisas não me saíam bem. Cada vez que falhava um passo ficava chateado, cada vez que um colega meu falhava eu tentava puxar por ele e esquecia-me de marcar o meu jogador. O coach achava que era o vermelho que me fazia confusão, então, sugeriu que eu começasse a vestir vermelho na semana do jogo. As pessoas perguntavam-me porque é que eu estava de vermelho nessa semana e eu respondia que era a roupa que tinha em casa ou que tinha sido a minha mulher a escolher (ri). Na verdade, eu estava a trabalhar para mim. É como ter outro qualquer tique desportivo antes de ir marcar um penálti, como ajeitar as luvas ou as joelheiras. Cada um tem os seus tiques e quando o coach me disse aquilo eu levei um bocado para a piada, mas a realidade é que resultou.


Agora que estou no Barcelona, a nossa “guerra” é com o Liceo da Coruña. O equipamento da equipa é verde, por isso, sempre que vou jogar contra eles ando três vezes de verde nessa semana. Fico mais tranquilo e as coisas fluem.


J.I. - Quando é que o desporto se torna inimigo do atleta?

H.N. - O desporto torna-se nosso inimigo quando ficamos egoístas. Imagina, se eu perder um jogo, não faz sentido vir para casa e não falar com a minha mulher ou não brincar com a minha filha por estar chateado. Claro que é o meu trabalho e que me pagam para ser melhor, mas nós não somos robôs. Quando acabar a minha carreira, eu sei que as primeiras pessoas que vão lá estar, vai ser a minha família, que são as pessoas mais importantes da minha vida. Por isso, o desporto torna-se inimigo quando a ligação familiar se vai perdendo consoante os resultados desportivos.


Uma das coisas que gosto no Barcelona é que somos o melhor clube do mundo e os adeptos e a direção não nos exigem que ganhemos sempre, só pedem respeito pelo trabalho. É óbvio que, se jogarmos com a máxima qualidade, os resultados vão ser mais vezes positivos do que negativos. Como desportista dou a minha vida pela equipa e pelo desporto que faço, portanto, tenho a mentalidade que vou trabalhar durante a semana a duzentos por hora, para chegar ao fim de semana e também estar a duzentos. Se não ganhar, na próxima vez, trabalho a quatrocentos para enfrentar aquela equipa e não lhe dar oportunidade de ganhar.


J.I. - Sente que há espaço, dentro dos clubes desportivos, para se falar sobre o assunto?

H.N. - O Braga e Barcelos não tinham o profissionalismo do Porto e do Barcelona. No Porto, com o psicólogo era tudo muito individual, era eu quem o ia procurar. Era só um psicólogo para todas as modalidades. O coach nas reuniões coletivas incluía o staff e os diretores mais próximos, o nosso presidente do hóquei, vinha o treinador, vinha o treinador adjunto, os enfermeiros, os médicos, ou seja, toda a gente. Foram os diretores e os treinadores que nos apresentaram o trabalho do coach e nós aceitamos porque era para nos ajudar, dentro e fora da pista.


"Ambos os clubes, felizmente, preocupam-se com a nossa saúde mental, para além de se preocuparem com a nossa saúde física"

No Barcelona é um trabalho diferente. Este ano, a psicóloga está mais perto de nós, procura falar mais individualmente connosco. Está sempre nos treinos a escrever o nosso comportamento, para avaliar como é que estamos. Dá-nos objetivos, trabalhos de casa por causa da postura, da maneira de estar e se tiver que criticar, critica. A psicóloga que tínhamos no ano passado era mais para o staff, ela perguntava ao treinador que tipo de treino íamos fazer e o porquê. Eventualmente, quando alguém se lesionava ou caso ela visse que alguém não estava bem, puxava-nos à parte e tinha uma reunião connosco. Havia pessoas que se abriam e outras que não.


Quando falo com a psicóloga sobre algum tema, às vezes ela sugere que eu fale sobre isso no balneário e, se eu achar correto, puxo o tema lá. Outras vezes nem preciso de ir falar com ela, já vou direto ao balneário e consoante o que eles me dizem, vejo se estamos a pensar igual ou se não tem nada a ver e preciso mesmo de falar com a psicóloga.


No Porto e no Barcelona, este acompanhamento especializado é nos facultado pelo próprio clube, ou seja, não temos que pagar. Ambos os clubes, felizmente, preocupam-se com a nossa saúde mental, para além de se preocuparem com a nossa saúde física.




Entrevista por: Inês Cristina Silva e João Múrias

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