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  • Foto do escritorSara Arnaud

Treinadores portugueses à conquista do mundo

Atualizado: 19 de jan. de 2022

Há um português a treinar em cada canto do mundo. Os técnicos lusos já plantaram o seu nome no solo da Europa, África, América do Sul e Ásia. Nas terras profícuas dos quatro continentes, regam-se boas táticas, crescem resultados eficientes e colhem-se os frutos sumarentos de conquistas, com sabor a Portugal.

Fotografia: Palmeiras

Não é só de Mourinho que se escreve a história lusitana. Os nossos treinadores ganham cada vez mais destaque no panorama mundial de futebol. Nove, o célebre número de Ligas dos Campeões que os técnicos portugueses amealharam no estrangeiro desde 2004. Este ano não se deixou ficar atrás. Por entre campeonatos nacionais a internacionais, os “misters” lusos comovem nações inteiras e fazem dos profissionais portugueses a chave de ouro para atingir o sucesso.



Abel Ferreira, o mestre da Libertadores

Fotografia: Reuters

Do outro lado do Atlântico, Abel Ferreira galgou a proeza de Jorge Jesus. Ao encargo do clube de São Paulo, Palmeiras, o técnico português esculpiu um pilar na história do desporto-rei sul-americano ao vencer a Taça Libertadores da América do Sul duas vezes no mesmo ano.


Natural de Setúbal, Abel Ferreira terminou a sua carreira de jogador no Sporting devido a uma lesão e iniciou uma nova fase profissional como treinador das camadas mais jovens dos leões. Também deixou a sua marca em clubes como o Braga e na equipa grega, Paok. Em outubro de 2020, começou a treinar o clube brasileiro, Palmeiras.


A Taça Libertadores foi disputada num jogo 100% brasileiro, Palmeiras contra Flamengo. Delineado por dedos e cérebro nacional, 2-1 foi o resultado final que destinou o terceiro título consecutivo à equipa de São Paulo. Mas a noite de glória foi de Abel Ferreira que se tornou o primeiro treinador nascido fora da América do Sul a “meter no bolso”, duas vezes seguidas, a maior competição de futebol sul-americano.



Leonardo Jardim: um marco eterno na Arábia Saudita

Fotografia: Getty Images

Em novembro, Leonardo Jardim conquistou o último canto do globo. Nascido na Venezuela, o treinador de 47 anos aterrou no continente asiático em substituição de José Morais. Depois da presença em equipas como Camacha, Desportivo de Chaves, Beira-Mar, Braga, Olympiacos, Sporting e Mónaco, Jardim pregou as cores portuguesas no Al-Hilal da Arábia Saudita.


Passados 12 jogos ao serviço da equipa saudita, o técnico luso ainda não provou o sabor da derrota. Foi ao 23º dia que a Liga dos Campeões Asiática viu o estádio pintar-se de azul e branco. Num frente a frente caseiro, entre os sul-coreanos do Pohang Steelers e os sauditas do Al-Hilal, o clube treinado por Jardim saiu vitorioso num combate que terminou com 2-0, sendo a quarta conquista para o clube.


Bastou apenas um ano para Leonardo Jardim, vencer a Liga dos Campeões Asiática e colocar o Al Hilal num pedestal banhado em ouro. Ao tornar-se o primeiro português a vencer um campeonato na Ásia, garantiu mais um “mandato” na liderança portuguesa.



Ricardo Formosinho: de Londres, à conquista do Sudão

Fotografia: Vítor Chi

Depois de generosos anos ao lado de José Mourinho no Tottenham e no Manchester United, Ricardo Formosinho tomou a decisão, em agosto de 2020, de restituir-se como treinador principal. Sem certezas do que esperar do futuro e colocando a sua carreira na corda bamba, o treinador acreditou e rumou até ao Sudão numa aventura imprevisível.


Em março de 2021, o técnico português, de 64 anos, aterrou em Cartum, capital do país da África Oriental e assumiu o leme do Al-Hilal (Omdurman) SC. O grande clube, com 20 milhões de adeptos, recebeu um novo comando técnico de origem lusa que, em meio ano, conquistou a sua confiança e respeito. Ao alterar práticas fixadas, Ricardo Formosinho carregou o clube ao topo, vencendo o campeonato do Sudão e destruindo o império construído pelo grande rival Al-Merrikh.


Agora campeão do Sudão, o Al-Hilal ainda se apurou para a, ainda não realizada, final da Taça. Natural de Setúbal, Ricardo Formosinho carimbou o caminho glorioso do clube sudanês à fase de grupos da Champions africana. Assim, o técnico, de 64 anos, entrou na constelação portuguesa que brilha além-fronteiras.



Renato Paiva, o pioneiro da glória do Independiente del Valle

Fotografia: Site Benfica

Natural de Castelo branco, Renato Paiva iniciou o seu percurso como técnico nas categorias sub17 e sub19, na qual foi vice-campeão, do Benfica e seguindo para o Benfica B. Na época 2018/19, o treinador, de 51 anos, liderou, de forma temporária, a equipa principal.


Para a temporada de 2021, reservava-se uma estrada de sucesso e vista triunfante, só não era a portuguesa. Renato Paiva adquiriu o seu primeiro sabor de internacional ao ser contratado como o novo treinador do Independiente del Valle, do Equador. Fruto de muita disciplina e trabalho árduo, o Independiente del Valle elevou-se no panorama de futebol e, pela primeira vez na história do clube, sagrou-se campeão equatoriano.


Renato Paiva conduziu uma equipa inteira, rematou as táticas e marcou o golo da vitória. O treinador "Made in Benfica" fez o que ainda ninguém tinha ousado fazer e conquistou um título histórico para o Independiente del Valle.



Pedro Martins, um novo “special one”

Fotografia: Reuters

De jogador a treinador dos grandes, Pedro Martins amealha uma carreira inigualável de triunfos. Depois de abandonar o relvado, o técnico estreou-se como adjunto no Vitória de Setúbal, passando pelo Porto e Belenenses. No entanto, foi ao comando do União de Lamas que experienciou verdadeiramente o que era ser treinador. Depois veio um currículo vasto de outras experiências, como no Lusitânia de Lourosa, no SP Espinho, no Marítimo e no Rio Ave.


A maio de 2018, Pedro Martins trespassa as fronteiras de Portugal, encontra na Grécia o ingrediente final para o sucesso e promete guiar o Olympiakos até à escadaria da glória. 2021 foi um ano memorável para o clube. A comando do técnico luso, pela segunda vez consecutiva, o Olympiacos sagrou-se campeão grego pela 46.ª vez.


Pedro Martins não conhece a derrota e torna-se o treinador português no estrangeiro com mais vitórias em 2021. O Bicampeão e atual líder do campeonato grego, soma um total de 43 vitórias, mais seis do que Abel (37) e mais 14 do que Mourinho (29).



Artigo escrito por: Sara Arnaud

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