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Volt Portugal: a estreia do partido na corrida ao parlamento

Atualizado: 19 de jan. de 2022

Pela primeira vez na corrida às eleições legislativas de 2022, o Volt Portugal, que nasceu na Europa em reação ao Brexit, estabeleceu como meta a eleição de dois deputados no Parlamento. Mantém em cima da mesa a probabilidade de diálogo com os partidos de centro, PS e PSD, mas traça uma linha vermelha nas possíveis negociações com o Chega.

Fotografia: Instagram Volt Portugal

Encabeçado por Tiago Matos Gomes, o Volt Portugal traçou como principal objetivo eleger dois deputados nas próximas eleições legislativas a realizar no dia 30 de janeiro. Não obstante, o presidente do partido, em declarações à Lusa, admite que alcançar uma entrada na Assembleia da República "já seria bom".


Trata-se da 25ª força política a erguer-se no país, não se insere na "dicotomia esquerda/direita" e tem em vista arrecadar votos dos eleitores de centro e dos insatisfeitos. Assim, o Volt pretende "dar uma nova visão para o país e para a Europa, uma outra alternativa, moderada, fora dos partidos tradicionais do centro que são o PS e o PSD".


"Acho que as pessoas estão desiludidas com boa parte dos partidos políticos e com os partidos clássicos e é altura de pensar mais nas pessoas e menos na tática política, como é costume. Isto sem ser populista, ou seja, que este descontentamento que existe, que está latente por um lado, está visível por outro, seja dirigido para partidos como o Volt que é um partido moderado, do centro, e não para os extremos, nomeadamente para a extrema-direita como tem acontecido por toda a Europa e em Portugal também, pelo menos desde 2019", justifica Tiago Matos Gomes.


Conseguindo ser representado no Parlamento e não havendo maioria absoluta, o líder do Volt afirma que o partido não descartará a possibilidade de negociar com a força política que tenha melhores requisitos para criar Governo, "seja PS, seja PSD". No entanto, rejeita integrar “a solução governativa que inclua, por exemplo, o Chega".


O Volt em Portugal é liderado por Tiago Matos Gomes (ao centro). Fotografia: Instagram Volt Portugal

Sem "amarras ideológicas", Tiago Matos Gomes salienta que as políticas do partido se baseiam "em boas práticas e evidência científica, procurando envolver os cidadãos nas tomadas de decisão". O Volt assume-se como um movimento internacional progressista e pragmático, defendendo o federalismo europeu e o pan-europeísmo. O líder do movimento português explica que o objetivo do partido é formar “um Parlamento Europeu com iniciativa legislativa, um Senado representado de forma igual e ter um Governo e Presidente eleitos pelos europeus”.


Defendendo a mudança da idade do voto para 16 anos, a força política assume-se como "o partido das novas gerações" e pretende realizar uma reforma pedagógica para que os jovens terminem os estudos e estejam capacitados "para enfrentar os desafios depois na idade adulta".


Outra prioridade do Volt passa pela aposta nas energias renováveis. Também apontam para o “renascimento económico”: “acreditamos que os portugueses devem ter melhores salários, igualdade de oportunidades e que o combate à corrupção deverá ser feito através de tribunais especializados”, lê-se no site oficial do partido.


O Volt Europa nasceu em março de 2017, em resposta ao Brexit e principiado por um grupo de estudantes nos EUA. Fundado por Andrea Venzon, o movimento internacional, já se hospeda em vários cantos da Europa, como Portugal, Alemanha, Bulgária, Bélgica, Espanha, Holanda, Itália, Áustria, Luxemburgo, Dinamarca, França, Reino Unido ou Suécia. Em maio de 2019, Damian Boeselager foi o primeiro eurodeputado no Parlamento Europeu eleito pelo Volt Alemanha.


O partido europeísta chegou a Portugal a 28 de dezembro de 2017 e foi legalizado a junho de 2020 pelo Tribunal Constitucional. O Volt Portugal anuncia candidatos em 19 dos 22 círculos eleitorais.



Artigo escrito por: Sara Arnaud

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