Moscovo corta relações com a NATO após a expulsão de oito representantes russos serem suspeitos de espionagem. A relação entre a Rússia e a aliança transatlântica tem vindo a piorar. "A NATO é precisamente [a entidade] que não está disposta a dialogar em pé de igualdade”, afirmou o ministro de Defesa russo, Sergei Shoigu.
A Rússia renunciou a todas atividades diplomáticas com a NATO após a aliança transatlântica ter expulsado oito diplomatas russos da sua sede em Bruxelas por suspeita de espionagem. Segundo o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, "esta decisão não está ligada a nenhum evento em particular, mas temos visto um aumento da atividade maligna russa, e por isso precisamos de estar vigilantes", lê-se na Reuters.
Após uma diminuição significativa do número de cargos que a Rússia podia acreditar junto da organização, o país liderado por Putin acabou por terminar a ligação com a aliança transatlântica, bem como os respetivos escritórios de representação da organização em Moscovo. “No seguimento de certas medidas tomadas pela NATO, deixaram de existir as condições básicas para trabalhar em conjunto”, anunciou Sergei Lavrov, ministro russo dos Negócios Estrangeiros. “Se os membros da NATO tiverem alguma questão urgente, podem contactar o nosso embaixador na Bélgica.”, afirmou.
A NATO já tinha procedido a uma ação do mesmo género, em 2018, após um incidente de envenenamento do antigo espião russo Sergei Skripal, que fez diminuir a representação da Rússia de 30 para 20 delegados. A deterioração das relações entre Moscovo e a aliança transatlântica tem vindo a ser cada vez mais evidente nos últimos anos, sendo motivo de preocupação a posição do país Russo por parte de vários líderes europeus.
O porta-voz de Kremlin, Dmitry Peskov afirma que "há uma evidente incoerência nas declarações dos representantes da NATO sobre o seu desejo de normalizar as relações com o nosso país e nas suas ações concretas ". Sergei Lavrov acredita que o próximo passo para normalizar as relações com o país russo depende da NATO, apesar de considerar que a organização transatlântica não demonstra interesse na comunicação com o país russo.
O secretário-geral da NATO anunciou que lamentava a decisão da Rússia, “que não promove o diálogo e a compreensão mútua”, mas que apesar de tudo “a política da NATO permanece coerente, inclusive através do Conselho Rússia da NATO”. O responsável realçou ainda que a aliança transatlântica está a proceder ao reforço da dissuasão e defesa, bem como a rever os progressos da resposta da organização “ao desafio dos sistemas de mísseis com capacidade nuclear da Rússia”.
Artigo escrito por: Mafalda Barbosa
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