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  • Foto do escritorInês Cristina Silva

Concerto de Travis Scott abre duas investigações

Atualizado: 18 de jan. de 2022

No Festival Astroworld, em Houston, no Texas, durante o concerto do rapper Travis Scott, morreram pelo menos 8 pessoas e dezenas ficaram feridas. As autoridades abriram duas investigações após relatos de pessoas injetadas com drogas. No festival estavam quase 50 mil pessoas.

Festival Astroworld
Foto: Sarah Montgomery/Getty

A compressão da multidão em direção ao palco, por volta das 21h00 de sexta-feira à noite (02h00 de sábado, em Lisboa), ocorreu durante a atuação do rapper Travis Scott, na primeira noite do Festival Astroworld.


Em declarações ao The New York Times, o presidente da câmara de Houston revelou que a maioria das vítimas compreendem as idades entre os 16 e 23 anos. Contudo, a vítima mais nova era um adolescente de 14 anos e a mais velha tinha 27 anos.


O chefe de polícia de Houston, Troy Finner, pediu, em declarações à imprensa, que não se tirassem conclusões precipitadas do incidente, realçando que há especulações a circular nas redes sociais sobre as possíveis causas que terão levado às mortes."Vamos fazer uma investigação e descobrir porque não é justo para os produtores, para todos os envolvidos, até determinarmos o que aconteceu", disse.


O chefe de polícia de Houston chamou ainda a atenção para um incidente de um segurança que foi assistido pelos bombeiros por ter sido, aparentemente, injetado no pescoço. Troy Finner adiantou que foram abertas duas investigações: uma relativa às causas que conduziram ao esmagamento das pessoas junto ao palco e a segunda para averiguar as denúncias referentes à possibilidade de haver alguém a injetar drogas na multidão durante o concerto.


"Temos o relato de um segurança que foi tratado pelo pessoal médico. Ele contou que estava a tentar segurar um cidadão e sentiu uma picada no pescoço. Quando foi examinado perdeu a consciência", disse Finner. "Administraram Narcan, reanimaram-no e os médicos notaram uma picada semelhante à de alguém que foi injetado", acrescentou o chefe de polícia de Houston.


O chefe dos bombeiros de Houston, Samuel Peña, declarou à imprensa que o número de vítimas mortais pode aumentar. Levaram cerca de 20 pessoas para o hospital devido ao esmagamento da multidão, sendo que 11 se encontravam em paragem cardíaca. Peña acrescentou que a causa da morte só pode ser confirmada após a conclusão dos exames médicos. O chefe dos bombeiros de Houston confirmou ainda que várias pessoas tiveram de ser reanimadas com , o Narcan, um fármaco que reverte overdoses de droga.


A jornalista Mycah Hatfield relatou o caos e descontrolo que já se vivia antes do festival dar início: “Centenas de pessoas destruíram a entrada de segurança VIP, evitando o posto de controle. Algumas foram presas”.

São vários os vídeos que estão a circular pelas redes sociais que confirmam como o recinto estava cheio e caótico. Da mesma forma, há vídeos de pessoas a serem reanimadas durante o concerto.


O jornal Houston Chronicle disse que Travis Scott interrompeu o concerto várias vezes durante a atuação, sempre que detetava fãs em dificuldades, tendo pedido ajuda. O rapper já comunicou no Twitter que está devastado e disponível para colaborar com as autoridades na investigação. Porém, diversas pessoas presentes no concerto relatam que o músico foi negligente. Declaram que o rapper não cooperou e desrespeitou as autoridades durante o incidente, ignorando, assim como a equipa, os pedidos de ajuda dos fãs.


O rapper e a organização do festival, Live Nation, vão enfrentar vários processos, confirmou a empresa de advogados Thomas J. Henry Law. Muitos dos festivaleiros que sofreram lesões corporais graves, acusam a organização de negligência quanto à segurança no festival, afirmando ter sido uma tragédia previsível. As autoridades ainda não concluíram se Travis Scott conseguia efetivamente estar ciente do que estava a acontecer na plateia, a partir do palco.


O Festival Astroworld já anunciou o cancelamento do evento, que ia durar apenas dois dias, e comunicou estar a cooperar com as autoridades envolvidas.



Artigo escrito por: Inês Cristina Silva

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