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Foto do escritorJornal Invicto

Invictamente andam os homens pelos espaços vazios da cidade

Sempre eles, eu / nada digo, Porto, vejo / só as tuas cores as tuas / gentes / os palavrões verdadeiros. / A boa Humanidade.

Foto: Miguel Nogueira / Câmara Municipal do Porto

[Bolhão]

Invictamente andam os homens

pelos espaços vazios da

cidade

passam, pisam, vendem,

falham, furam, acenam,

dão, pedem, trocam

Trocam tintas, mas

não as tuas, Porto,

que o Douro ainda tem ´

o azul invicto, dizem

eles.


[Campo 24 de agosto]

Sempre eles, eu

nada digo, Porto, vejo

só as tuas cores as tuas

gentes

os palavrões verdadeiros.

A boa Humanidade.


[Heroísmo]

e vou com o Douro, autêntico,

reluzente, espelho,

com a maré de gentes

com o fluxo dos suspiros que

contam histórias de

raiva paixão abdicação resiliência

histórias quotidianas de

sacos das compras


[Campanhã]

Regresso a casa, e

como o rio corre

invariavelmente para

a foz,

também eu corro invariavelmente

de volta.


[Trindade, ligação com autocarro]




Escrito por: Carolina Bastos


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